Memórias de um tamborete de baiana: as muitas vozes em um objeto de museu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p541-564

Palavras-chave:

Biografia dos objetos, mobiliário, tamborete, museu.

Resumo

Este texto, articulando literatura aos estudos sobre biografia dos sujeitos nos objetos, dá voz a um tamborete, peça do mobiliário do Museu de Arte da Bahia, localizado na cidade de Salvador, na Bahia, Brasil. Através das narrativas memoriais do tamborete, que aqui assume a  ficcionalidade de um objeto animado que dialoga, as autoras discutem sobre a necessidade de revisão conceitual das exposições de arte decorativa, alertando para a importância de ampliar as informações relativas aos processos sociais relacionados à existência das coleções.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joseania Miranda Freitas, UFBA

Doutora em Educação (UFBA), com pós-doutorado em História (Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC-SP 2016-2017) e pós-doutorado em História (UFG/UNINORTE-Colômbia/UPVD-Perpignan-França 2006-2007). Professora Titular do curso de Museologia da UFBA. Primeira coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Museologia/PPGMuseu/UFBA (2013-2015). Pesquisadora da Linha 1 - Museologia e Desenvolvimento Social, na área de estudo de Museologia, Patrimônio e Coleções Museológicas, principalmente Arte Decorativa numa perspectiva de descolonização do olhar (Mobiliário; Prataria e Ourivesaria; Cerâmica e Porcelana).

Lysie dos Reis Oliveira, Universidade do Estado da Bahia

Doutora em História Social (UFBA). Com pós-doutorado na Universidade do Porto, no Centro de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (CEAU), Professora titular do Departamento de Ciências Humanas I, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Líder do Grupo de Pesquisa: Estudos Interdisciplinares em Desenho. Linha de pesquisa: memória visual e desenho urbano.

Referências

ALBERTI, S. J. M. M. Focus museums and the history of science; Objects and the museum. Isis, 96, 559-571. 2005. Disponível: https://www.research.manchester.ac.uk/portal/en/publications/focus-museums-and-the-history-of-science--objects-and-the-museum(f054e1ce-f7ce-4f9c-9e32-3e1e4a932d23).html Acesso em: 29/10/2019.

ALMANAK Administrativo, Indicador e Noticioso do Estado da Bahia, v. 1, Bahia, 1845.

ALMANAK Administrativo, Indicador e Noticioso do Estado da Bahia, v. 1, Bahia, 1898.

ALVES, Marieta. Dicionário de artistas e artífices na Bahia. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1976.

APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas; as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Trad. Agatha Bacelar. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense. 2008.

APEBA - Arquivo Público do Estado da Bahia. Seção de Arquivo Colonial e Provincial. Seção Judiciária.

Bahia, Le marché. Mercier, fototipia, [S.l.], 1902. Acervo Ubaldo Senna Filho. Fotografia recebida via: REBOUÇAS, Daniel. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por joseaniafreitas@yahoo.com.br, em 18 de dez. de 2019a.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento; o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi. São Paulo: Hucitec, 1987.

BAXANDALL, Michael. O olhar renascente; pintura e experiência social na Itália da renascença. Trad. Maria Cecília P. R. Almeida. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

BRAGA, Júlio Santana. Sociedade Protetora dos Desvalidos: uma irmandade de

cor. Salvador: Inamá, 1987.

CANTI, Tilde. O móvel no Brasil; origens evolução e características. Lisboa: Agir, 1999.

CARVALHO, Antonio José de; DEUS, João de. Dicionário prosódico de Portugal e Brasil. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lopes e Schmidt, 1895.

CUNHA, Marcelo Nascimento Bernardo da; FREITAS, Joseania Miranda Freitas. Mapas individuais e coletivos de memórias e identidades. In: FILIPE, Graça; VALE, José; CASTAÑO, Inês. Patrimolialização e sustentabilidade do património; reflexão e prospectiva. Lisboa, IHC-NOVA FCSH, 2018. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/81719/1/Universidade%20de%20Coimbra_Alta%20e%20Sofia.pdf Acesso em: 29/9/2019.

CRUZ, Eliana Alves. Água de Barrela. Rio de Janeiro: Malê, 2018.

DIAGNE, Souleymane Bachir. Bergson pós-colonial; o elã vital no pensamento de Léopold Sédar Senghor e Muhammad Iqbal. Trad. Cleber Daniel Lambert da Silva. Desterro (Florianópolis): Cultura e Barbárie, 2018.

DIDI-HUBERMAN, George. Diante da imagem. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2013. (2ª reimpressão 2017).

DIOME, Fatou. Kétala. Trad. Rita Bueno Maia. Lisboa: Europress, coleção Raízes. 2008.

FLEXOR, Maria Helena Ochi. Oficiais mecânicos na cidade do Salvador. Salvador:

Prefeitura Municipal. Departamento de Cultura, 1974.

FLEXOR, Maria Helena Ochi. Os ofícios mecânicos e os escravos. In Arte, adorno, design e tecnologia no tempo da escravidão. Curador Emanuel Araújo. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2013.

FREITAS, Joseania Miranda. Escravidão: tema tabu para os museus de arte decorativa. Revista PerCursos, Florianópolis, v. 20, n. 44, p. 56 - 76, set./dez. 2019. Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/1984724620442019056 Acesso em: 30/3/2020.

GARCÍA BLANCO, Ángela. Dicdática del museo; el descubrimiento de los objetos. Madrid: Ediciones de la Torre. 1994.

GELL, Alfred. Arte e agência; uma teoria antropológica. Trad. Jamile Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu Editora, coleção Argonautas, 2018.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. Trad. Maria Betânia Amoroso; trad. dos poemas José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

INGOLD, Tim. Estar vivo; ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Trad. Fábio Creder. Petrópolis-RJ: Vozes, 2015 (Coleção Antropologia), 2ª reimpressão, 2018.

KOPYTOFF, Igor. A biografia cultural das coisas: a mercantilização como processo. In APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas; as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Trad. Agatha Bacelar. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense. 2008.

LEAL, Maria das Graças de Andrade. A arte de ter um ofício; Liceu de Artes e Ofícios da Bahia (1872-1996). Salvador: Fundação Odebrecht / Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, 1996.

MAB - O Museu de Arte da Bahia. São Paulo: Banco Safra. Catálogo. 1997.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. 2ª ed. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MBEMBE, Achille. Necropolítica; biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. de Renata Santini. São Paulo: n-1 edições, 2018, 3ª reimpressão, 2019.

MATTOSO, Kátia M. de Queiroz. Bahia, Século XIX; uma Província no Império. Tradução Yedda de Macedo Soares. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

MENESES, Ulpiano B. de. Memória e cultura material: documentos pessoais no espaço público. [SL], 1997. In: Revista de Estudos Históricos. V. 11, N. 21, 1998. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2067/1206> Acesso em: 30/10/2019.

MOLES, Abraham A. Teoria dos objetos; teoria dos objetos. Trad. Luíza Lobo. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1981.

QUERINO, Manuel. As Artes na Bahia. Esboço de uma contribuição histórica. 2ª edição. Bahia: Oficina do Diário da Bahia, 1913.

PINHO, Wanderley. História de um engenho no Recôncavo. 2ª ed., il. e acrescida de um apêndice. São Paulo: Ed. Nacional; Brasília: Fundação Nacional Pró-Memória, 1982.

REBOUÇAS, Daniel. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por joseaniafreitas@yahoo.com.br, em 18 de dez. de 2019a.

REBOUÇAS, Daniel. Publicação eletrônica [Rede Social Instagram]. Disponível em: https://www.instagram.com/daniel.reboucas.historia/ Acesso em 18/12/2019b.

REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil; a história do levante dos Malês em 1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.

REIS, Lysie. A liberdade que veio do ofício; práticas sociais e cultura dos artífices da Bahia do século XIX. Salvador: EDUFBA, 2012.

REIS, Lysie. Homens rudes e muito honrados dos mesteres; as organizações de trabalhadores das artes mecânicas em Portugal antes do século XIX. Salvador: EDUNEB, 2019.

ROCHA, Carlos Eduardo da. O mobiliário antigo na Bahia. 3ª ed. Salvador: Itapuã, 1977.

SANTOS, José de Almeida. Mobiliário artístico brasileiro. São Paulo: Elvino Pocai, 1944.

SILVA, Maria Conceição Barbosa da Costa e. O Montepio dos Artistas; elo dos

trabalhadores em Salvador. Coleção Selo Editorial Letras da Bahia. No 28. Salvador:

Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia / Fundação Cultural, EGBA, 1988.

SOARES, Cecília Moreira. Mulher negra na Bahia no Século XIX. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA. 1994. Disponível em: https://ppgh.ufba.br/sites/ppgh.ufba.br/files/1994._soares_cecilia_moreira._mulher_negra_na_bahia_no_seculo_xix.pdf Acesso: 16/11/2019.

SPIX, Johann Baptist Von; MARTIUS, Carl Friedrich Philipe Von. Viagem pelo Brasil. 3ª ed. 3 vols. São Paulo: Melhoramentos, 1976.

VERGER, Pierre. Notícias da Bahia de 1850. Coleção Baianada. Salvador: Corrupio, Fundação Cultural da Bahia, 1981.

VILHENA. Luís dos Santos. A Bahia no século XVIII. Vol. III. Carta XXIV. Coleção Baiana, Salvador: Itapuã, 1969.

The Vendor. Série ARA, (S.l.). c. 1920. Library of Congress, New York City. Disponível em: https://www.instagram.com/daniel.reboucas.historia/ Acesso em 18/12/2019b.

TINHORÃO, José Ramos. Os negros em Portugal; uma presença silenciosa. Lisboa: Editorial Caminho, 1988.

ZAPATA OLIVELLA, Manuel. Las claves mágicas de América. 2ª ed. Bogotá: Plaza y Janes, 1999.

Documentos do Museu de Arte da Bahia

Fichas de documentação do tamborete, assinada por VALLADARES, José. (1948).

Downloads

Publicado

2020-06-29

Como Citar

FREITAS, J. M.; OLIVEIRA, L. dos R. Memórias de um tamborete de baiana: as muitas vozes em um objeto de museu. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 14, p. 541–564, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p541-564. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/8106. Acesso em: 19 abr. 2024.