Desenho animado, gênero e sexualidades: “A hora da aventura” e as narrativas dissidentes na escola
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p596-614Parole chiave:
Gênero, Desenho animado, Narrativas, Orientação sexualAbstract
Neste artigo, refletimos sobre as possibilidades presentes no desenho animado “A Hora de Aventura”, como artefato cultural potente para pensar as representações de gênero e sexualidade, a partir de narrativas de alunos e alunas do ensino médio de uma escola localizada na Baixada Fluminense. As narrativas produzidas pelos alunos e alunas esquadrinham suas percepções e a recepção do desenho como potência para a discussão de gênero e sexualidade na escola, configurando os significados que podem indicar subversões acerca dos conhecimentos que perpassam tais temáticas. As identidades de gênero e das orientações sexuais são tomadas em perspectiva não heterossexual, ao problematizarmos as representações de corpos e práticas que fogem à norma e desestabilizam as noções do suposto universo masculino e feminino, provocando novos saberes. Suas personagens fissuram as fronteiras e ensejam reconhecimento e identificação nas vivências e práticas das/os discentes.
Downloads
Riferimenti bibliografici
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Tradução de Myrian Avila; Eliane Lourenço de Lima Reis; Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, n. 26, p. 329-376, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n26/30396.pdf>. Acesso em: 13 mai. 2016.
BRASIL. Gênero e diversidade sexual na escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos. Cadernos SECAD 4, MEC: Brasília, 2007.
BRASIL. Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: 05 jul. 2017.
BRASIL. Projeto de Lei nº 867, de 2015. Câmara dos Deputados: Brasília, 2015. Disponível em: <http://camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1050668>. Acesso em: 05 jul. 2017.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. (Coleção Sujeito e História).
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
GALLO, Silvio. Diferença, multiplicidade, transversalidade: para além da lógica identitária da diversidade. In: RODRIGUES, Alexsandro; DALLAICULA, Catarina; FERREIRA, Sérgio Rodrigo da S. (Orgs.). Transposições: lugares e fronteiras em sexualidade e educação. Espírito Santo: EDUFES, 2014. p. 187-202.
GIROUX, Henry A. A disneyzação da cultura infantil. In: SILVA, Tomaz Tadeu da.; MOREIRA, Antonio Flávio. (Orgs.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 49-81.
______; MCLAREN, Peter L. Por uma pedagogia crítica da representação. In: SILVA, Tomaz Tadeu da.; MOREIRA, Antonio Flávio. (Orgs.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 144-158.
______. Memória e pedagogia no maravilhoso mundo da Disney. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Alienígenas na sala de aula. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. p. 129-154. (Coleção Estudos Culturais).
HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Apicuri, 2016.
LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis, RJ: Vozes: 1982.
LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilondre. (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
______. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista, 16. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
MISKOLCI, Richard. (Org.). Marcas da diferença no ensino escolar. São Carlos: EdUFSCar, 2014.
RAMOS, Rebecca Costa. FERNANDES, Kamila Bossato. Análise do desenho animado “Hora da Aventura”: as diferentes leituras da mesma mensagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 39., 2016, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2016. p. 01- 12.
RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. Recife: SOS Corpo, 1993. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/1919?show=full>. Acesso em: 19 dez. 2016.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In. SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 73-102.
SILVA, Bruna Tairine. A representação social da infância veiculada no desenho animado Hora da Aventura. 2016. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação) –Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP/Campus de Presidente Prudente, Presidente Prudente, 2016. CAPES 33004129044P6, 2016.
WOODWARD, Kathrny. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 7-72.