Nascer, adoecer e morrer na Comunidade Quilombola Córrego do Cuba: tradição e modernidade
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1182Parole chiave:
Saberes tradicionais, Comunidade quilombola, Cultura, AutoetnografiaAbstract
Objetivamos compreender saberes tradicionais sobre nascimento, adoecimento e luto em uma comunidade quilombola: Córrego do Cuba (Chapada do Norte / MG), lugar ao qual o primeiro autor pertence. Nesta pesquisa autoetnográfica, realizamos entrevistas semiestruturadas, analisadas fenomenologicamente. Compreendemos que o nascimento é um convite, chamado para acolher a vida e o natal da criança: a esperança brotou! Quando um membro adoece, todo o corpo coletivo sofre, sente compaixão e se empenha nas tarefas de cuidado e consolo. Na partida do irmão, vem o luto: dor, esperança e fortaleza para celebrar sua páscoa. Os três momentos unem todos para celebrar, rezar, lamentar, reafirmando a unidade e reunindo a comunidade. Os saberes tradicionais buscam dar conta da complexidade da vida que é festa e dor, sem esquecer nenhum elemento. A modernidade trouxe saberes médicos para os três momentos, e a comunidade os acolhe, relembrando fazeres antigos e dialogando com novidades, sem perder sua essência. Nesta pesquisa fizemos memória e redescobrimos o significado de ser comunidade: não viver sozinho nem para si mesmo, conviver!
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