A máquina de costura e os fios da memória: aspectos (auto)biográficos engendrados pelo cinema
(AUTO)BIOGRAPHICAL ASPECTS ENGENDERED BY CINEMA
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2021.v6.n18.p589-604Parole chiave:
Educação, Máquina de costura, Autobiografia, MemóriaAbstract
O cotidiano, o tempo suspenso pela COVID-19, particularmente no início de 2020, e o contato com filmes e textos despertaram uma onda de pensamentos, memórias e reflexões, que envolviam as artes manuais e várias mulheres que atravessam a minha existência. O objetivo deste texto é refletir sobre experiências vividas, engendradas pelo encontro com alguns artefatos culturais, principalmente o filme Costureiras (2018), e repensar aspectos da minha formação não escolar e da forma como me constituí forjada pelo encontro com as artes manuais. O que as artes manuais, um fazer ainda tão feminino, nos ensina e nos forja enquanto pessoas no mundo? De que maneira, a máquina de costura me conecta a tantas mulheres e histórias da minha vida? Relato fragmentos de uma autobiografia, que foram despertados pelo encontro com filmes. Recorro às lembranças, devido à distância temporal das experiências, para rememorar aspectos importantes da minha formação como pessoa, atravessada por muitas mulheres e suas artes, destacando, dentre tantas aprendizagens, a desmanchar e fazer de novo, todas as vezes que for preciso; a ter cuidado com os outros e consigo mesmo; a dar atenção aos pequenos gestos; e a procurar e enxergar beleza nas coisas simples, nas miudezas da vida.
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Riferimenti bibliografici
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