Memória e humanidade ciborgue: Blade Runner e a dicotomia humano máquina
DOI :
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n15.p1337-1353Résumé
Este artigo objetiva interpelar a memória para discorrer sobre a dicotomia humano/máquina – ciborgue – no clássico Blade Runner (1982). Na diegese fílmica, a dúvida sobre a condição do protagonista Rick Deckard, humano ou replicante, é colocada como base a uma discussão acerca da memória como atributo de distinção entre o natural e o artificial, o humano e o replicante. Conclui-se que a figura do ciborgue na narrativa fílmica sugere a superação de dualismos usados para explicar de modo esquemático nossa existência.
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