QUANDO A ESCOLA NÃO FAZ PARTE DA BIOGRAFIA: DEPOIMENTOS DE VIDA EM HOMESCHOOLING
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n2.p343-355Keywords:
Homeschooling. Educação domiciliar. Escola obrigatória. Hegemonia da escola. Educação em casaAbstract
O estudo objetiva analisar as motivações das famílias adeptas de homeschooling no Brasil, além das justificativas que aqueles que anseiam pela regulamentação legal desta modalidade de educação apresentam para, em suas biografias, excluir a escola enquanto espaço formativo. Pretende-se compreender as razões da resistência à escola obrigatória, na contramão da hegemonia dessa instituição. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter histórico, que utilizou, como fonte, transcrições das notas taquigráficas de audiências públicas realizadas no Congresso Nacional, em 2013. Partindo de referências teóricas que observaram a educação domiciliar, na história do século XIX, em nosso país, contidas em Vasconcelos (2005), bem como das críticas sociológicas à escola, enquanto caminho comum, emitidas por Illich (1973), procedeu-se à análise dos depoimentos de pessoas que, afastando a escola de suas biografias, justificam sua opção por espaços formativos não formais. Extraem-se dessas falas biográficas manifestações da sociedade sobre o assunto, além de motivos pessoais, mas fundamentados, dessa escolha. Foi possível constatar que a opção por homeschooling constitui um fenômeno crescente no Brasil e que os adeptos dessa modalidade de educação domiciliar esperam por maior segurança jurídica, quanto à observância de seu direito de opção à forma de prover a educação da família.
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