Alfabetização intercultural: os memoriais indígenas como fontes de saberes para a educação
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2021.v6.n18.p790-806Palavras-chave:
Alfabetização intercultural, Povos indígenas, Gavião Ikolen, Cultura escritaResumo
A Alfabetização Intercultural constitui um recurso teórico para a compreensão do ingresso na cultura escrita em contextos indígenas considerando seus históricos de longa tradição ágrafa e as atuais demandas comunicativas que se apresentam em suportes de textos impressos e/ou eletrônicos. Nesta direção o objetivo deste texto é apresentar alguns elementos conceituais que orientam e constituem a Alfabetização Intercultural, dentre os quais, a Pesquisa Auto (biográfica) possibilidade metodológica para conhecer as experiências indígenas no âmbito das aprendizagens iniciais da escrita. A elaboração deste trabalho contemplou a pesquisa bibliográfica tendo como texto central, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Daniel Gavião. Os resultados autorizam inferir que nos anos oitenta as escolas indígenas mantidas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em Rondônia apresentavam um sistema dual de educação chamado de ensino bilíngue. Neste período, os Gavião enfrentavam os efeitos da colonização que se concretizava através da invasão em seu território, entretanto, estas tensões estavam ausentes no currículo escolar. Concluímos que a retomada dos aspectos historiográficos das aprendizagens da leitura e escrita em perspectiva crítica e autobiográfica pela Alfabetização Intercultural pode representar uma importante fonte de saberes para o campo da História da Educação Escolar Indígena, Didática, Infância e Direitos Humanos.
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