Histórias de vida: uma análise do papel e da influência da família e da religiosidade sobre gênero e sexualidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n15.p1387-1406

Resumo

O presente artigo apresenta o resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa inscrita no âmbito do método (auto)biográfico, que teve como um dos objetivos analisar as construções de gênero e sexualidade na vida de cinco licenciados(as) em Ciências Biológicas, com enfoque no papel e na influência da família e da religiosidade na constituição desses indivíduos. O percurso metodológico está embasado na pesquisa (auto)biográfica, utilizando-se de entrevistas narrativas como meio de obtenção das informações. Tendo como fio condutor os estudos sobre experiência e sobre memória, as narrativas dos(as) cinco egressos(as) revelam histórias marcadas por falas plurais-singulares que remetem às construções de gênero e sexualidade no decorrer de suas vidas, nas diversas instâncias sociais, como a família e a instituição religiosa. A análise das narrativas foi realizada através de aproximações com o Método de Análise Compreensiva-Interpretativa. As narrativas dos(as) entrevistados(as) revelam a influência das normas e valores que são construídas em meio aos diferentes arranjos familiares apresentados pelas famílias de origem dos(as) entrevistados(as), fundamentais no processo de construção da subjetividade do indivíduo, bem como a influência da religiosidade, considerando a instituição religiosa como um possível espaço de convivência e formação na vida dos(as) entrevistados(as).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andréa Silene Alves Ferreira Melo, Universidade Estadual de Feira de Santana

Doutora em Ensino, Filosofia e História das Ciências pelo PPGEFHC da UFBA/UEFS. Bióloga, Analista Universitária do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Sexualidade (NIES), Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pesquisadora do Rizoma e do NIES. 

Marco Antônio Leandro Barzano, Universidade Estadual de Feira de Santana

Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor titular do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Atua no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEFS e no Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da UEFS. Coordenador e pesquisador do Rizoma

Referências

ABRAHÃO, Maria Helen M. B. As narrativas de si ressignificadas pelo emprego do método autobiográfico. In: SOUZA, Elizeu C.; ABRAHÃO, Maria Helen M. B. (Orgs.) Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006. p. 149-170.

BORGES, Ana Luiza V.; NICHIATA, Yasuko I.; SCHOR, Néia. Conversando sobre sexo: a rede sociofamiliar como base de promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 14, n. 3, p. 422-427, mai./jun. 2006.

BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de Psicologia Social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

BUSIN, Valéria M. Religião, sexualidades e gênero. Rever, ano 11, n. 1, p. 105-124, jan./jun. 2011.

CASTRO, Roney P. de. Escritas-narrativas de estudantes problematizando relações de gênero e sexualidades. Anais. 36ª Reunião Nacional da ANPEd, Goiânia, 2013.

DELORY-MOMBERGER, Christine. Os desafios da pesquisa biográfica em educação. In: SOUZA, Elizeu C. (Org.). Memória, (auto)biografia e diversidade: questões de método e trabalho docente. Salvador: EDUFBA, 2011. p. 43-58.

______. Abordagens metodológicas na pesquisa biográfica. Revista Brasileira de Educação, v. 17, n. 51, p. 523-740, set./dez. 2012.

DOMINICÉ, Pierre. O processo de formação e alguns dos seus componentes relacionais. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Mathias (Orgs.). O Método (auto) Biográfico e a Formação. 2. ed. Natal (RN): EDUFRN, 2014a. p. 77-90.

______. O que a vida lhes ensinou. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Mathias (Orgs.). O Método (auto) Biográfico e a Formação. 2. ed. Natal (RN): EDUFRN, 2014b. p. 177-210.

DUARTE, Luiz Fernando D. Ethos privado e modernidade: o desafio das religiões entre indivíduo, família e congregação. In: DUARTE, L. F. D.; HEILBORN, Maria L.; BARROS, Myriam L. de; PEIXOTO, Clarice (Orgs.). Família e religião. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2006. p. 51-87.

HALL, Stuart. Identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HEILBORN, Maria Luiza; DUARTE, Luiz F. D.; BARROS, Myriam L. de; PEIXOTO, Clarice; BOZON, Michel. Apresentação. In: HEILBORN, M. L.; DUARTE, L. F. D.; PEIXOTO, C.; BARROS, M. L. de. (Org.) Sexualidade, família e ethos religioso. Rio de Janeiro: Garamond, 2005. p. 9-16.

JOSSO, Marie-Christine. A transformação de si a partir da narração de histórias de vida. Educação, Porto Alegre (RS), ano XXX, v. 63, n. 3, p. 413-438, set./dez. 2007.

______. Experiências de vida e formação. 2.ed. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010.

JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin W. Entrevista narrativa. In: BAUER, M. W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis (RJ): Vozes, 2002. p. 90-113.

KEARNEY, Richard. Narrativa. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 377, n. 2, p. 409-438, mai./ago. 2012.

LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, 2002.

______. Experiência e alteridade em Educação. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz, v. 19, n. 2, p. 04-27, jul./dez. 2011.

LIMA, Maria Emília; GERALDI, Corinta M. G.; GERALDI, João W. O trabalho com narrativas na investigação em Educação. Educação em Revista, v. 31, n. 01, p. 17-44, jan./mar. 2015.

LOURO, Guacira L. Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16.ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2014.

NÓVOA, Antônio. Os professores e as histórias da sua vida. In: NÓVOA, Antônio (Org.). Vidas de Professores. 2. ed. Portugal: Porto Editora, 2013. p. 11-30.

OLIVEIRA, Valeska Fortes. Implicar-se... Implicando com professores: tentando produzir sentido na investigação/formação. In: SOUZA, Elizeu C. (Org.). Autobiografias, histórias de vida e formação: pesquisa e ensino. Porto Alegre: EDIPUCRS: EDUNEB, 2006. p. 47-57.

PASSEGGI, Maria da Conceição; ABRAHÃO, Maria Helena M. B.; DELORY-MOMBERGER, Christine. Reabrir o passado, inventar o devir: a inenarrável condição biográfica do ser. In: PASSEGGI, M. da C.; ABRAHÃO, M. H. M. B. (Orgs.). Dimensões epistemológicas e metodológicas da pesquisa (auto)biográfica. Tomo II. Natal (RN): EDUFRN; Porto Alegre (RS): EDIPUCRS; Salvador (BA): EDUNEB, 2012. p. 29-57.

PRADO, Guilherme do V. T.; SOLIGO, Rosaura (Orgs.). Memorial de formação – quando as memórias narram a história da formação... In: PRADO, Guilherme do V. T.; SOLIGO, Rosaura (Orgs.). Porque escrever é fazer história. Campinas (SP): Graf, FE, 2005. p. 47-62.

SARTI, Cynthia Andersen. A família como ordem simbólica. Psicologia USP, v. 15, n. 3, p. 11-28, 2004.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99,1995.

SOUZA, Elizeu C. de. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A; Salvador: UNEB, 2006.

______. (Auto)biografia, histórias de vida e práticas de formação. In: NASCIMENTO, A. D.; HETKOWSKI, T. M. (Orgs.) Memória e formação de professores. [online]. Salvador: EDUFBA, 2007. p. 58-74.

STREY, Marlene N. Gênero, família e sociedade. In: STREY, Marlene N.; SILVA NETO, João A.; HORTA, Rogério L. (Orgs.) Família e gênero. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 17-38.

Downloads

Publicado

2020-10-11

Como Citar

MELO, A. S. A. F.; BARZANO, M. A. L. Histórias de vida: uma análise do papel e da influência da família e da religiosidade sobre gênero e sexualidade. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 15, p. 1387–1406, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n15.p1387-1406. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/8093. Acesso em: 21 nov. 2024.