Representações sociais do vaqueiro sertanejo contadas por suas narrativas de vida

Autores

  • Ednalva de Araujo Queiroz Universidade do Estado da Bahia
  • Larissa Soares Ornellas Farias Universidade do Estado da Bahia
  • Edleusa Nery Garrido Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n12.p1141-1154

Palavras-chave:

Representações sociais, Narrativas, Vaqueiro, Complexo de Édipo, Mito

Resumo

Estudo psicossociológico sobre figuras do masculino sertanejo, inspirado nos constructos da psicologia social e da psicanálise, para exemplificar como a análise de fragmentos de narrativas de vaqueiros figuram como representações psico-socioculturais que se fundam na história, na cultura, mitos e ritos, que partem do universal e se especificam na construção subjetiva do homem do sertão. A análise do material considerou a sobreposição do Édipo freudiano às estruturas da jornada do herói e da lida com o gado, e a identificação da feitura do próprio nome como objetivo final e destinação da saga. A formação do povo brasileiro, especialmente do sertanejo da primeira metade do século XX, caracterizou-se pela usurpação dos territórios aos povos originários e pela alienação dos corpos negros à terra africana. A vivência da violência institucional e da desigualdade social são superadas simbolicamente pela pega do boi, o Pai com o qual o vaqueiro se identifica, por sua liberdade de gozar do corpo da mãe-terra. Mas é ao Pai, dono da terra, que o vaqueiro pede sua afiliação e reconhecimento. Para o vaqueiro, a superação do sofrimento pelas condições de vida e seu alijamento de uma cadeia simbólica de poder passam pela atualização permanente do mito do herói.

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Biografia do Autor

Ednalva de Araujo Queiroz, Universidade do Estado da Bahia

Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado da Bahia. Historiadora. Participante de grupo de pesquisa do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia para montagem dos dossiês de registro de patrimônio imaterial – Desfile de Afoxés, Festa da Boa Morte e Ofício de Vaqueiro

Larissa Soares Ornellas Farias, Universidade do Estado da Bahia

Doutora em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise na Universidade de Paris VII – França. Pós-Doutora pela École des Hauts Études e Sciences Sociales – EHESS (France) – Réseau Mondial Serge Moscovici – Paris. Psicóloga, Psicanalista. Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Educação, Psicanálise e Representações Sociais (GEPPE(RS).

Edleusa Nery Garrido, Universidade do Estado da Bahia

Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Mestra em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia, Instituto de Saúde Coletiva. Bacharelado em Psicologia e pela Universidade Federal da Bahia. Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia. Líder do Percursos - Grupo de Pesquisa Processos Psicossociais, Contextos Educativos e Políticas Públicas. 

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Publicado

2019-12-26

Como Citar

QUEIROZ, E. de A.; ORNELLAS FARIAS, L. S.; GARRIDO, E. N. Representações sociais do vaqueiro sertanejo contadas por suas narrativas de vida. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 4, n. 12, p. 1141–1154, 2019. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n12.p1141-1154. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7532. Acesso em: 21 dez. 2024.