Histórias de vida em pesquisa (auto)biográfica: circuito que inclui tempos, lugares e autorregulação da aprendizagem

Resumo

Nossa proposta ao escrever este artigo foi buscar entender o tempo/lugar biográfico que inclui, no tempo da narrativa, o tempo objetivo e o tempo subjetivo. Esses tempos são vividos por educadores que percebem o seu tempo/lugar de diferentes maneiras, mas que, para eles, se constitui em um tempo/lugar de realizações, as quais influenciam reflexões que permitem ao sujeito aprender sobre si e sobre seu fazer, entendimento esse relevante para a autorregulação de ações direcionadas a uma vida mais profícua e feliz. Estabelecemos, dessa forma, um elo entre narrativas em histórias de vida, (auto)formação e autorregulação da aprendizagem, uma vez que, no percurso da vida, as pessoas encontram desafios, tensionamentos, alegrias e preocupações, os quais, ao serem narrados reflexivamente, contribuem para entender as vivências, desafios e obstáculos de ordem pessoal/profissional e para autorregulá-los. Essas dimensões foram por nós empiricamente observadas mediante o estudo da história de vida de uma destacada educadora/pesquisadora sul-rio-grandense – Maria Helena Menna Barreto Abrahão – realizado, tendo como fontes de análise narrativas a respeito dessa educadora/pesquisadora em publicações de ex-orientandos, colegas e amigos, além do próprio memorial por ela publicado, marcado pela reflexão sobre percursos pessoais, profissionais vividos e práticas de (auto)formação vivenciadas segundo tempos/lugares biográficos que lhes imprimem significado.