Narrativas sobre experiências de leitura em uma cadeia pública feminina: fronteiras borradas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n12.p939-958

Palavras-chave:

Literatura, Leitura, Experiência, Trágico, Cadeia feminina

Resumo

O texto objetiva analisar percepções de intervenções, cujo mote é a leitura literária, ocorridas em uma Cadeia Pública Feminina, no interior do Projeto de Extensão “Leituras sem grades”, desenvolvido em uma Universidade Federal brasileira. O objetivo do Projeto de Extensão consistia em compartilhar leituras com pessoas reclusas e disponibilizar escuta sensível desencadeada a partir dos textos lidos. Junto com a extensão ocorria a pesquisa de caráter participante, de base antropológica, sendo que os excertos trazidos para este texto são oriundos dos Diários de Campo de duas professoras universitárias que participaram do projeto, escritos em forma de narrativas autobiográficas da experiência vivida. O suporte teórico utilizado neste texto articula perspectivas da literatura (CANDIDO, 2002, 2004; TODOROV, 2014), elementos da filosofia trágica (NIETZSCHE, 2009a; 2009b), reflexões sobre o Outro em pesquisas (AMORIM, 2001) e uma visão socio-histórica do desenvolvimento humano (BRONFENBRENNER, 2005/2011; BARROCO; SUPERTI, 2014). Esse multifacetado campo teórico é trazido pelas professoras que narram a partir de suas inserções epistemológicas. Os resultados mostram que instantes aparentemente banais, mediados pela literatura, afetaram as autoras, fazendo-as refletir sobre o lugar que ocupam como educadoras, borrando as fronteiras de disciplinas das ciências humanas para tratar de educação.

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Biografia do Autor

Elni Elisa Willms, UFMT/Campus de Rondonópolis

Professora do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UFMT, Campus de Rondonópolis. Membro dos Grupos de Pesquisa Lab_Arte (Laboratório Experimental de Arte-Educação & Cultura); do GEIFEC (Grupo de Estudos sobre Itinerários de Formação em Educação e Cultura), ambos da FE-USP e GEIJIC (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infância, Juventude e Cultura Contemporânea, da UFMT/CUR). Áreas de interesse e pesquisa: Educação, Educação Infantil, Autobiografia, Antropologia, Literatura, Guimarães Rosa, Arte e Educação. Brincar.

Cancionila Janzkovski Cardoso, Universidade Federal de Mato Grosso

Professora Titular (Aposentada) da UFMT. Pesquisa: alfabetização e letramento, história da alfabetização, cartilhas escolares e memórias de professoras. É coordenadora do Grupo de Pesquisa ALFALE - Alfabetização e Letramento Escolar.

Milady da Silva Oliveira, Atualmente é psicóloga da Rede Municipal de ensino do município de Nova Mutum-MT

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2013). É mestra em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2016), vinculada ao Centro de Estudos Psicológicos - CEP-Rua. Iniciou curso de especialização em Terapia Sistêmica com indivíduos, casais e famílias em 2018 pelo CEFI (Centro de Estudos da Família e do Indivíduo). Atuou como psicóloga no Centro de Referência em Direitos Humanos, órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado de Mato Grosso (2013-2014).Atualmente atua como professora substituta no curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis (2016-atual). Possui interesse nos temas: gênero, feminismo, desenvolvimento humano ao longo do ciclo vital em diferentes contextos (escola, família, comunidades, trabalho e instituições), Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano e Psicologia Sócio-Histórica.

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Publicado

2019-12-26

Como Citar

WILLMS, E. E.; CARDOSO, C. J.; OLIVEIRA, M. da S. Narrativas sobre experiências de leitura em uma cadeia pública feminina: fronteiras borradas. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 4, n. 12, p. 939–958, 2019. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n12.p939-958. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7051. Acesso em: 21 dez. 2024.