Formação para pesquisa de licenciandos em educação física: experiência (auto)formadora
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2019.v4.n11.p787-791Palavras-chave:
Formação para a pesquisa em Educação Física, Experiência Formadora, Narrativas Autobiográficas, Educação Física e reflexividade crítica, AutoformaçãoResumo
Este trabalho convida a pensar sobre a formação para a pesquisa em Educação Física (EF) numa relação dialética de saberes e subjetividades. Ao deparar-se com a situação-limite relativa à formação para a pesquisa, a qual se encontrava espelhada na dificuldade de tessitura do TCC no Curso de Licenciatura em Educação Física (CLEF) em todo o Brasil, notadamente no IFCE de Canindé, toma-se como mote para delinear essa investigação a necessidade de buscar propositivas que (re) orientassem esta formação, na perspectiva de estreitar a relação pesquisa e ensino cuja trajetória produzisse uma experiência formadora. O objetivo geral foi analisar a experiência do curso Con-vivências como (auto)formadora para a pesquisa de licenciandos em EF. Nesse sentido, investe-se no método (auto)biográfico centrado em fontes das histórias de formação, no campo da pesquisa de abordagem qualitativa, na experiência de uma pesquisa-formação materializada pelo curso Con-vivências, constituído por seis licenciandos (aretês) do CLEF do IFCE Campus Canindé (sujeitos-atores) nessa investigação. Conforme apreensão e análise interpretativa do corpus, elucida-se que entre os maiores dilemas dos aretês na tessitura do trabalho monográfico estavam: o processo de delimitação do objeto de estudo no que tange à escolha do tema (35 conversações); a apreensão das normas da ABNT, no contexto da feitura das citações (29 conversações); a revisão de literatura pautando-se sobre a constituição da fundamentação teórica (15 conversações) e a definição do campo metodológico, em especial a caracterização da população e amostra (07 conversações). É importante enaltecer que todos os aretês concluíram seus TCC’s no tempo esperado, com média de avaliação significativamente elevada (9,66). Amorosidades e dialogicidades foram imbuídas pela experiência no curso Con-vivências, na tessitura de histórias de formação, desveladas sobre o conhecimento de si e do outro na relação da 'ensinagem' para a pesquisa. Foi possível sentir que a aprendizagem sobre a formação para a pesquisa desvelada carrega em si o “dom de ser capaz e ser feliz” no constructo pedagógico de uma pesquisa-formação em que foi cultivada uma aprendizagem colaborativa. Diante dos dilemas formativos apresentados, na história de formação dos aretês, sobretudo focalizada na pesquisa, os sujeitos-atores estiveram Con-vivendo, empoderados do conhecimento epistemológico, técnico, afetivo e dialogal. (Res)significou-se o conceito de formação articulado ao ser pesquisador sob o movimento de permanente reflexividade sobre o vivido e pela ideia de inacabamento humano, projetado pelo olhar retrospectivo e prospectivo. Assim, se foi ao encontro de uma racionalidade pedagógica substanciada pela intersubjetividade, dialogicidade e afetividade, uma vez que se delineou um caminho de maior autonomia diante de uma prática reflexiva. Tais características despertadas no curso Con-vivências vão de encontro a uma experiência formadora já que incute a apreensão de atitudes, comportamentos, pensamentos, o saber-fazer, sentimentos que caracterizam uma subjetividade e identidades articuladas conscientemente, elaborada entre atividade, sensibilidade, afetividade e ideação (JOSSO, 2004). Conforme a experiência vivida, reafirma-se que as narrativas autobiográficas possibilitam um melhor entendimento dos processos formativos pelos sujeitos, colocando-os em lugar de protagonista, exprimindo uma autonomização e responsabilização sobre suas aprendizagens.