Desenho animado, gênero e sexualidades: “A hora da aventura” e as narrativas dissidentes na escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p596-614

Palavras-chave:

Gênero, Desenho animado, Narrativas, Orientação sexual

Resumo

Neste artigo, refletimos sobre as possibilidades presentes no desenho animado “A Hora de Aventura”, como artefato cultural potente para pensar as representações de gênero e sexualidade, a partir de narrativas de alunos e alunas do ensino médio de uma escola localizada na Baixada Fluminense. As narrativas produzidas pelos alunos e alunas esquadrinham suas percepções e a recepção do desenho como potência para a discussão de gênero e sexualidade na escola, configurando os significados que podem indicar subversões acerca dos conhecimentos que perpassam tais temáticas. As identidades de gênero e das orientações sexuais são tomadas em perspectiva não heterossexual, ao problematizarmos as representações de corpos e práticas que fogem à norma e desestabilizam as noções do suposto universo masculino e feminino, provocando novos saberes. Suas personagens fissuram as fronteiras e ensejam reconhecimento e identificação nas vivências e práticas das/os discentes.

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Biografia do Autor

André Luiz Bernardo Storino, Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro

Professor da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas – FEBF/UERJ (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense – Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Ivan Amaro, UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Educação (UNICAMP). Professor Adjunto do Departamento de Formação de Professores da FEBF (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas - PPGECC/UERJ.

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Publicado

2017-12-15

Como Citar

STORINO, A. L. B.; AMARO, I. Desenho animado, gênero e sexualidades: “A hora da aventura” e as narrativas dissidentes na escola. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 2, n. 6, p. 596–614, 2017. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n6.p596-614. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/3870. Acesso em: 19 abr. 2024.