ITINERÂNCIAS DE CARMEN TEIXEIRA: VIDA/FORMAÇÃO DA EDUCADORA NA PERSPECTIVA DE GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n1.p162-175Palavras-chave:
História de vida. Gênero. ProfissionalidadeResumo
O interesse investigativo plasmou-se na dimensão reflexiva do procedimento biográfico de Carmen Teixeira, o que nos permitiu tratar, como objeto-processo de pesquisa, os componentes de sua formação pessoal/profissional e a contribuição como educadora/gestora, nos projetos desenvolvidos no âmbito da educação integral e na formação de professoras na Bahia, bem como sua inserção em espaços técnico-administrativos educacionais. O problema da pesquisa configurou-se em questionar: quais as itinerâncias de vida/formação de Carmen Teixeira em sua atividade profissional na educação da Bahia visibilizadas pelas questões de gênero? O objetivo geral foi investigar e reconstruir as itinerâncias de Carmen Teixeira na Bahia pelas relações de gênero. A pesquisa biográfica esteve fundamentada nos referenciais e epistemologias de histórias de vida e de gênero, com abordagem qualitativa e (auto) biográfica, utilizando entrevistas semiestruturadas na coleta de informações, além de materiais biográficos secundários. Concluiu-se que o método biográfico favoreceu um movimento de investigação sobre a dimensão pessoal e o processo de formação, para entender sentimentos, representações e evidências de invisibilidade do seu papel, no desempenho das atividades profissionais, presentes nas relações de gênero, desde a infância à vida adulta, desvelando, assim, as barreiras que lhe foram interpostas nas relações de gênero, no cenário político-educacional, no espaço público, ocupado predominantemente pelo sexo masculino.
Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
APPLE, Michael. Relações de classe de gênero e modificações no processo de trabalho docente. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 60. p. 3-14, fev. 1987.
BASTOS, Zélia. Associação de Senhoras de Caridade de Caetité 1919/ 2010. Salvador: Egba, 2010.
BASTOS, Zélia. Carmem Spínola Teixeira: uma biobibliográfica. Salvador: EDUFBA, 2009.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução de Sérgio Milliet. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BECKER, Howard S. Método de pesquisa em ciências sociais. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação, tese. São Paulo: Atlas, 2004.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução de Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Portugal: Porto, 1994.
BOURDIEU Pierre. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
CATANI, Denice Bárbara et. al. Memória e Autobiografia na Pesquisa Educacional e na Formação. In: CATANI, Denice Bárbara; BUENO, Belmira Oliveira; SOUSA, Cyntia Pereira de; SOUZA, M. Cecília C. C.(Orgs.) Docência, memória e gênero: estudos sobre formação. São Paulo: Escrituras Editora, 2003, p. 13-48.
CATANI, Denice Bárbara. Práticas de formação e ofício docente. In. BUENO Belmira Oliveira; CATANI, Denice Barbara; SOUSA, Cynthia Pereira. (Orgs.). A vida e o ofício dos professores: formação contínua, autobiografia e pesquisa em colaboração. São Paulo: Escrituras, 1998. p. 21-29.
DELORY-MOMBERGER, Christine. Biografia e educação: figuras do indivíduo-projeto. Tradução de Maria da Conceição Passeggi, João Gomes da Silva Neto e Luis Passeggi. Natal, Rio Grande do Norte: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2008.
DOMINICÉ, Pierre. A biografia educativa: instrumento de investigação para a educação de adultos. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Matthias. (Orgs.). O método autobiográfico e a formação. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p. 143-153. (Pesquisa (auto) biográfica. Clássicos das Histórias de vida).
DOMINICÉ, Pierre. O que a vida lhes ensinou. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Matthias (Orgs.). O método (auto)biográfico e a formação. Natal, Rio Grande do Norte: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p. 189-222. (Pesquisa (auto) biográfica. Clássicos das histórias de vida).
FERRAROTTI, Franco. Sobre a autonomia do método biográfico. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Matthias. O método autobiográfico e a formação. (Orgs.). Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p. 31-57. (Pesquisa (auto) biográfica. Clássicos das Histórias de vida).
FINGER, Matthias. As implicações socioepistemológicas do método biográfico. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Matthias. (Orgs.). O método autobiográfico e a formação. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p.119-128. (Pesquisa (auto) biográfica. Clássicos das Histórias de vida).
HYPÓLITO, Álvaro L. Moreira. Trabalho docente, classe social e relações de gênero. São Paulo: Papirus, 1997.
JAGGAR, Alisson. Amor e conhecimento: a emoção na epistemologia feminista. In: JAGGAR, Alisson; BORDO, Susan R. Gênero, corpo e conhecimento. Tradução de Britta Lemos de Freitas. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1997. p. 157-183.
JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. Lisboa, EDUCA, 2002.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão. 5. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.
LOURO, Guacira. Magistério de 1º grau: um trabalho de mulher. Educação e Realidade, Porto Alegre, n. 2, p. 53-67, jul./dez. 1989.
MACEDO, Roberto Sidnei. Etnopesquisa crítica tnopesquisa-formação; o fudante da educação. Brasília, DF: Líber Livro, 2006.
MORENO, Montserrat. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. Coordenação Ulisses Ferreira de Araújo Trad. Ana Venite Furzado. São Paulo: Universidade Estadual de Campinas, 1999. (Educação em pauta: escola e democracia). NÓVOA, Antônio. Professores: imagens do futuro presente. Lisboa: Educa, 2009.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros Tradução de Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
PASSEGGI, Maria da Conceição; BARBOSA, Tatyana Mabel Nobre. (Orgs.). Memórias, memoriais: pesquisa e formação docente. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2008.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Trad. Ângela M. S. Correia. São Paulo: Contexto, 2007.
PINEAU, Gaston. A autoformação no decurso da vida: entre a hetéro e a ecoformação. In: NÓVOA, Antônio; FINGER, Matthias. (Orgs.). O método autobiográfico e a formação. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p. 97-118 (Pesquisa (auto) biográfica. Clássicos das Histórias de vida).
PINEAU, Gaston. Temps et Contretemps. Montreal: Èdition Saint-Martin, 1987.
NÓVOA, Antônio. Os professores e as histórias de suas vidas. In: NÓVOA, Antônio (Org.) Vidas de Professores. Portugal: Porto, 2000. p.11-30.
NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. Porto: Porto, 1995.
POIRIER, Jean; CLAPIER-VALLADON, Simone; RAYBAUT, Paul. Histórias de vida: teoria e prática. Paris: Celta, 1999.
RAGO, Margareth. Feminizar é preciso ou por uma cultura filógena. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ROSSITER, Margaret W. Women Scientists in America. Struggles and Strategies to 1940. Conference of Women Historians Prize Paperback. ISBN: 9780801825095, August, 1984.
SCHIENBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Tradução de Raul Fiker. Bauru, SP: EDUSC, 2001. (Coleção Mulher).
SCOTT, Joan. W. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Tradução de Cristina R. Dabat e Maria Betânia Ávila. Recife: SOS Corpo, 1995.
SOIHET, Rachel. História das mulheres e relações de gênero: algumas reflexões. In: III JORNADA DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE, 2006, Rio de Janeiro. Anais da III Jornada de Estudos da Antiguidade. Rio de Janeiro: NAPE/UERJ; Fábrica de Livro/SENAI, 2006. p. 90-99.
SOUZA, Elizeu Clementino de. História de vida e formação de professores: um olhar sobre a singularidade das narrativas (auto) biográficas. In: MACEDO, Roberto Sidnei. (Org.). Currículo e docência: tensões contemporâneas, interfaces pós-formais. Salvador: UNEB, 2003. p. 35-56.
VIEIRA, Ricardo. Histórias de vida e interculturalidade. Lisboa: Afrontamento, 1999.