Representações do passado escolar por mulheres autistas sob a abordagem (auto)biográfica
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.22.v7.n20.p207-221Palavras-chave:
Autismo, Autismo feminino, Narrativas de vida, Representações sociais, EscolaResumo
Este estudo objetiva investigar representações sociais sobre “ser normal” no passado escolar por mulheres com o nível 1 do Transtorno do Espectro Autista. Dá ênfase à abordagem (auto)biográfica, que, atrelada à Teoria das Representações Sociais, permite um olhar mais atento à necessidade de dar escuta a esses sujeitos em suas histórias individuais, sem perder de vista o social. Menciona algumas das teorias para explicar a grande prevalência “masculina” nos diagnósticos de TEA, endossando a hipótese de manifestações distintas no “feminino”, resultando em subdiagnóstico. O modelo de entrevista adotado foi o semidirigido, com elementos de entrevista-conversa. Entre oito narrativas de vida, serão apresentadas três. Os resultados apontam para um “ser normal” ligado à ideia de ser como as “colegas”, ainda que haja momentos de bifurcação em um “ser normal” para os professores, sob uma possível ótica de “normalização” escolar. Apesar de estarem avançando, faltam às pesquisas um olhar mais atento aos gêneros para além do binarismo “feminino” e “masculino”, que não se confunda com sexo biológico. É reforçada a necessidade de pesquisas acadêmicas que proporcionem aos sujeitos com deficiência a escuta necessária, em prol de uma sociedade mais inclusiva.
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