A produção científica e a maternidade sob a ótica epistemológica da objetividade forte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2022.v7.n.13908

Palavras-chave:

Produção científica, Maternidade, Academia, Gênero, Objetividade Forte

Resumo

O artigo analisa reflexivamente os impactos da maternidade sobre a produção científica das mulheres pesquisadoras e a necessidade objetiva de se manter a luta pela equiparação entre homens e mulheres na ciência que levou à inclusão da possibilidade de indicar o período de afastamento da pesquisadora em razão da licença maternidade, mas que carece da existência de políticas públicas e espaços acolhedores para essas mães pesquisadoras nas estruturas físicas, bem como outras consequências que lhes são prejudiciais. Busca lastro teórico nas contribuições relativas à concepção de objetividade forte, delineados por Harding, a partir do estudo de caso do movimento iniciado pelo Parent in Science, como forma de política de superação das desigualdades de gênero na Academia, a fim de contribuir para o avanço da educação profissional e produção científica das mulheres mães. O estudo inclui reflexão crítica sobre o recorte de raça dentro do escopo das desigualdades de gênero levantadas. O método de pesquisa utilizado é o exploratório, com recursos bibliográficos e viés dialético.

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Biografia do Autor

Eliane Almeida, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda em Estados Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Advogada. Mãe da Elis. Licença-maternidade em 2019.

Mônica Müller, Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro S.A

Mestre em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2016-2018), na linha de pesquisa Estado, Constituição e Políticas Públicas. Promotora Legal Popular pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2018). Especialista em Direito Processual e Gestão Jurídica pelo IBMEC (Pós- Graduação Iato sensu 2015) e em Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera-Uniderp (2011). Advogada (2009). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2009). Mãe da Rosa e do Caio, licença-maternidade em 2016 e 2018.

Edna Hogemann, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Professora Associada do Curso de Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Decana da Escola de Ciências Jurídicas da ECJ-UNIRIO. Coordenadora do GPDHTS vinculado ao PPGD/UNIRIO e do Projeto de Extensão Liga de Direito e Literatura (LADIL) vinculado à ECJ-UniRio. Membro da Comissão de Bioética da OAB/RJ e da GGINNS.

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Publicado

2022-11-17

Como Citar

ALMEIDA, E.; MÜLLER, M.; HOGEMANN, E. A produção científica e a maternidade sob a ótica epistemológica da objetividade forte . Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, p. 1–19, 2022. DOI: 10.29378/plurais.2447-9373.2022.v7.n.13908. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/plurais/article/view/13908. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Temático: Mulheres na Educação Profissional e Tecnológica