LEVANTAMENTO DE PLANTAS LENHOSAS CONHECIDAS, USADAS E PREFERIDAS COMO COMBUSTÍVEIS NO ASSENTAMENTO RENDEIRAS EM GIRAU DO PONCIANO – AL
Palavras-chave:
lenha, carvão, Desenvolvimento Sustentável e EtnobotânicaResumo
Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento das espécies lenhosas conhecidas e preferidas como combustível (lenha e/ou carvão) no Assentamento Rendeiras, localizado no município de Girau do Ponciano - AL. A região é caracterizada como caatinga com clima semiárido quente. Dentre as agrovilas existentes, esta pesquisa se deteve a Sete Casas, por apresentar maior dimensão territorial e uma vegetação adjacente. Este estudo foi divido em duas etapas: a) foi realizado um censo e através de formulários semiestruturados o morador presente na visita foi entrevistado; b) Seleção de casas que utilizavam combustíveis de origem florestal às quais os moradores foram entrevistados sobre as plantas conhecidas e usadas para lenha e/ou carvão e houve pesagem dos estoques de lenha através da técnica de weight survey. Nesta agrovila, 24 residências utilizavam combustíveis de origem vegetal para uso doméstico, entretanto, somente quatro dependiam deste como fonte única e o restante fazia associações com gás natural. Quanto ao uso de carvão, responderam que o utilizavam e que a maior parte era adquirida por compra, tendo cinco relatos de produção de carvão na área estudada. Foram citadas 15 espécies vegetais utilizadas como combustíveis, sendo todas identificadas, aquelas mais comumente utilizadas para lenha são Catingueira e Marmeleiro e as espécies mais utilizadas para carvão são Catingueira e Jurema. A verificação de estoques, demonstrou que são utilizados cotidianamente de 8,25 à 15 kg de lenha por residência. Portanto a utilização de lenha e carvão torna-se imprescindível na comunidade estudada, pois fornece subsídios para sua manutenção e desenvolvimento.
Downloads
Referências
ABBOT, J.I.O. & HOMEWOOD, K. A history of change: causes of miombo woodland decline in a protected area in Malawi. Journal of Applied Ecology 36: 422-433, 1999.
ALBUQUERQUE, U. P. La importância de los estúdios etnobiológicos para establecimiento de estrategias de manejo y conservación en las florestas tropicales.Biotemas, v. 12, n. 1, p. 31-47, 1999.
ALBUQUERQUE, U. P. Uso, manejo e conservação de florestas tropicais numa perspectiva etnobotânica: o caso da caatinga no estado de Pernambuco. Recife: UFPE, 2001. 201p. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal)– Universidade Federal de Pernambuco, 2001.
ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L.H.C. Uso de recursos da caatinga: o caso do Agreste de Pernambuco, (Nordeste do Brasil). Interciencia, v.27, n. 7, p.336- 346, 2002.
ALBUQUERQUE, U. P. ;HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pespectivas.Revista Brasileira de Farmacognosia BrazilianJournalofPharmacognosy16(Supl.): 678-689, Dez. 2006.
ALBUQUERQUE, U. P.; NUNES, A. T.; ALMEIDA, A. L. S.; ALMEIDA, C. M. A. D.; NETO, E. M. F. L.; VIEIRA, F. J.; SILVA, F. S.; SOLDATI, G. T.; NASCIMENTO, L. G. S.; SANTOS, L. L.; RAMOS, M. A.; CRUZ, M. P.; ALENCAR, N. L.; MEDEIROS, P. M.; ARAÚJO, T. A. S.; NASCIMENTO, V. T.Caatinga: biodiversidade e qualidade de vida. Bauru,SP: Canal 6, 87 p. 2010.
ARAÚJO, C. S. F.; SOUSA, A. N. Estudo do processo de desertificação na caatinga: uma proposta de educação ambiental. Paraíba. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 975-986, 2011.
BALICK M.; COX, P. Plants, people and culture. The Science of Ethnobotany. Scientific American Library. USA, 1996.
BECK, H. T.; ORTIZ, A. Proyecto etnobotánico de La comunidad Awá en el Ecuador. Pp. 159-176. In: M. Rios& H.B. Pedersen (eds.). Uso y Manejo de RecursosVegetales. Memorias del II Simposio Ecuatoriano de Etnobotánica y Botánica Economica, Quito, 1997.
BRASIL. Ministério da saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº 196, de 10 de outubro de 1996. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União de 16/10/1996.
BRITO, J. O. Madeira para energia: a verdadeira realidade do uso de recursos florestais. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 1986, Olinda. Anaisdo...Olinda: p. 188-193, 1986.
BRITO, J. O. O uso energético da madeira. Estudos Avançados. São Paulo, vol. 21, n. 59, 2007.
BOTREL, R.T.; RODRIGUES, L.A.; GOMES, L.J.; CARVALHO, D.A. & FONTES, M.A.L. Uso da vegetação nativa pela população local no município de Ingaí, MG, Brasil. Acta BotanicaBrasilica 20: 143-156, 2006.
COSTA, L. C. B. ; ROCHA, E. A. ; SILVA, L. A. M. JARDIM, J. G. ; SILVA, D. C. ; GAIÃO, L. O. ; MOREIRA, R. C. T. Levantamento Preliminar das Espécies Vegetais com Potencial Econômico no Parque Municipal da Boa Esperança, Ilhéus, Bahia, Brasil.Acta Farm. Bonaerense 25 (2): 184-91 (2006)
DIEGUES, A.C.; ARRUDA, R.S.V. (org.) Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. São Paulo: USP, 175 p. 2001.
FONSECA-KRUEL, V. S.; PEIXOTO, A. L. Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta bot. bras. 18(1): 177-190. 2004
FOX, J. Firewood consumption in a Nepali village.Environmental management 8 (3): 243-250, 1984.
JOAQUI, M. S. Carvão Vegetal: Uma Alternativa para os produtores rurais do Sudoeste Goiano. Dissertação de Mestrado, Publicação T. DM-01/2009, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, Brasília DF, 86 p. 2009.
LEAL, I. R.; SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; JUNIOR, T. E. L. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife 50670-901, Pernambuco, Brasil, 139 p. 2005.
MACIEL, M. A. M.; PINTO, A. C.; VEIGA JR, V. F.; GRYNBERG, N. F. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares.Quim Nova 25: 429-438. 2002.
MASCARENHAS, J. C.; BELTRÃO, B. A.; JUNIOR, L. C. S. Diagnóstico do município de Girau do Ponciano. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005.
MATA, H. T. C.; SOUZA, A. L. Estimativa do consumo residencial de lenha num distrito do Estado de Minas Gerais, Brasil. Rev. Árvore, v.24, n.1, p.63- 71. Viçosa-MG, 2000.
MONTENEGRO, S. C. S. A conexão homem/camarão (Macrobrachiumcarcinus e M. acanthurus no baixo São Francisco alagoano: uma abordagem etnoecológica. Tese de Doutorado – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP. 209p. 2001.
MOREIRA, R. C. T.; COSTA, L. C. B.; COSTA, R. C. S.; ROCHA, E. A. Abordagem Etnobotânica acerca do Uso de Plantas Medicinais na Vila Cachoeira, Ilhéus, Bahia, Brasil.Acta Farm. Bonaerense21 (3): 205-11, 2002.
POSEY, D.A. Introdução: Etnobiologia: Teoria e Prática. IN: RIBEIRO, D. (ed), Suma Etnológica brasileira. Petrópolis: Vozes/FINEP. V1, Etnobiologia. p. 15-25. 1987
RAMOS, M. A.; Plantas usadas como combustível em uma área de caatinga (nordeste do brasil): Seleção de espécies, padrões de coleta e qualidade do recurso. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2007.
RAMOS, M.A. & ALBUQUERQUE, U.P.. The domestic use of firewood in rural communities of the Caatinga: How seasonality interferes with patterns of firewood collection. Biomass and Bioenergy 39 : 147-158, 2012
RODRIGUES, L. A.; CARVALHO, D. A.; GOMES, L. J.; BOTREL, R. T. Espécies vegetais nativas usadas pela população local em Luminárias, MG. Boletim Agropecuário – Universidade Federal de Lavras/ MG. n. 52, p. 1-34, 2002.
SANTOS, S. P. T. A recuperação de assentamentos rurais em questão: a experiência do Assentamento Rendeiras- Alagoas. Dissertação ( Mestrado em ciências sociais) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PR, 2009.
SANTOS, F. T.; GOMES, R. A. Os sentidos da "recuperação" de assentamentos rurais: uma análise a partir do assentamento rendeira – alagoas.Artigo apresentado no VIII CongresoLatinoamericano de Sociología Rural, Porto de Galinhas, 2010.
SHANKAR, U.; HEDGE, R.; BAWA, S. Extraction of non-timber Forest products in the forests of BiligiriRangan hills, India. 6. FuelwoodThomProvince, Cambodia. BiomassandBioenergy 27: 57-68, 1998.
SILVA, A. M. Uso e conservação de um remanescente de caatinga arbórea no município de Cajazeiras-PB. Recife: UFPE, 2002. 124f. Dissertação (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais) – Universidade Federal de Pernambuco, 2002.
SILVA, T. S.*; FREIRE, E. M. X. Abordagem etnobotânica sobre plantas medicinais citadas por populações do entorno de uma unidade de conservação da caatinga do Rio Grande do Norte, Brasil. Rio Grande do Norte, 2010. Programa Regional de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, PRODEMA, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010.
SILVA, J. M.; LIMA, D. C. O.; e SILVA, H, C, H. Comparação entre formas de amostragem em estudos etnobotânicos na comunidade rural do carrasco, município de Arapiraca, Alagoas, Brasil. Polibotánica. Núm. 37, pp. 153-165, ISSN 1405-2768; México, 2014
VALE, A. T.; RESENDE, R. Estimativa do consumo residencial de lenha em uma pequena comunidade rural do município de São João d`Aliança, Goiás, Ciência Florestal, Santa Maria, v.13, no 2, pp. 159-165, 2003.
VENDRUSCOLO, G. S.; RATES, S. M. K.; MENTZ, L. A., 2005. Dados químicos e farmacológicos sobre as plantas utilizadas como medicinais pela comunidade do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. RevBrasFarmacogn 15: 361-372.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).