LEVANTAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS EM GARRAFADAS NO ASSENTAMENTO RENDEIRA EM GIRAU DO PONCIANO - ALAGOAS: IMPLICAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES LENHOSAS
Palavras-chave:
Espécies vulneráveis. Uso sustentável. Extrativismo.Resumo
Muitas comunidades fazem uso de medicamentos naturais chamados de garrafadas, que são bebidas medicamentosas geralmente constituídas de bebidas alcoólicas e partes vegetais. Este trabalho teve como objetivo inventariar plantas medicinais utilizadas em garrafadas e avaliar as implicações que sua extração traz para suas populações naturais. O estudo foi conduzido no assentamento Dom Helder Câmara localizado no município de Girau do Ponciano, agreste de Alagoas. Foi aplicada uma lista livre sucessiva e entrevistas semi-estruturadas a 14 moradores que citaram garrafadas durante um censo. Para identificar as espécies mais relevantes avaliou-se sua saliência cultural por meio do software Anthropac. Foram citadas 37 espécies de plantas medicinais para a fabricação de garrafadas. As mais salientes foram Aroeira (0,496) (Myracrodruon urundeuva Allemão.), Quixabeira (0,448) (Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T. D.Penn.), Barbatimão (0,414) (Stryphnodendron Mart.) e Angico (0,381) (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan). As partes mais utilizadas são a casca e entrecasca, das quais foi informado ser utilizado apenas uma pequena porção. Para o preparo da bebida, a forma mais comum é a mistura das partes do vegetal com um solvente sendo o mais citado a água, seguida de vinho branco e cachaça respectivamente. A principal finalidade da produção de garrafadas segundo os informantes é para o tratamento de inflamação e gripe. Como as garrafadas são utilizadas principalmente para o tratamento de doenças recorrentes e sendo a casca parte vital da planta é recomendável propor alternativas de uso que não comprometam suas populações em longo prazo.
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