Cercamentos do subsolo no semiárido brasileiro pela mineração
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.iedicao-especial-02.a22529Palavras-chave:
Minério, Neoextrativismo, Sertão, BahiaResumo
A exploração dos bens da natureza, especialmente dos minerais, exige um controle territorial rigoroso, pois é impossível extrair minério sem remover o solo e o subsolo, o que gera modificações e implicações ambientais significativas. Assim, o objetivo deste estudo é discutir sobre a mineração e suas territorialidades sobre as populações afetadas no Semiárido brasileiro. A fundamentação metodológica deste trabalho reside em uma pesquisa qualitativa, para a realização desta pesquisa, foi realizada uma imersão em diversas fontes de informação, incluindo artigos científicos, relatórios de pesquisa, dados quantitativos provenientes de órgãos públicos estaduais e estudos sobre o potencial de minerais críticos no Brasil. Os resultados indicam que os minerais mais solicitados pelo capital mineral no Semiárido brasileiro, foram 206 tipos de substâncias com requerimentos para exploração, o Semiárido brasileiro tornou-se um campo de disputa entre grandes empresas mineradoras, impulsionado por mudanças no cenário político brasileiro. Entre 2004 e 2022, foram registrados cerca de 310 conflitos por água nesse contexto, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais efetivas para a gestão dos recursos naturais na região. A Bahia foi o estado do Semiárido mais afetado por conflitos ambientais relacionados à mineração em 2020, com 74 casos registrados, há minerais de negócio econômico no Semiárido brasileiro, custeada suas pesquisas e exploração pelo capital mineral internacional e pelo governo federal brasileiro com espacialização de requerimentos em todo território Semiárido. Com isso, as mineradoras no Semiárido brasileiro procuram cercar de forma estratégica áreas peculiares (vetadas), combinando os ganhos conforme a produtividade da terra, independentemente do produto, localização ou capacidade de fertilidade.
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Referências
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