EU/NÓS
HISTÓRIA E AUTOETNOGRAFIA
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.i1.a18456Palavras-chave:
Colonia Philippson, Judeus russos, ImigraçãoResumo
Trata-se de um relato de uma pesquisa longitudinal sobre a vinda ao território brasileiro da família da autora de origem judaica e russa. Essa vinda foi realizada por meio de um programa de colonização que a instalou em uma área rural do Estado do Rio Grande do Sul. Esse estudo se constitui de três grandes blocos. O primeiro pode ser descrito como um nível macrossocial do contexto em que os fenômenos ocorreram, na Rússia e no Brasil; o segundo nível decorreu da leitura de cartas dos administradores da Colônia datadas do começo do século XX lidas como sendo o presente vivido na colônia; o terceiro nível foi o nível do eu/nós – pois falar de família é sempre falar “nós”, e o que o ser pesquisadora e participante da pesquisa ao mesmo tempo revelou sobre a pesquisadora e sobre o passado de sua família por ela vivenciado no presente. Neste terceiro nível, a metodologia foi a autoetnografia, enquanto nos níveis anteriores trata-se de pesquisa sócio-familiar-histórica em fontes documentais e em entrevistas. Trata-se de um estudo múltiplo e complexo que perpassa muitas áreas, mas a principal conclusão coloca a questão da intersubjetividade vista através de uma inerência histórica refletida em espelhos dirigidos a várias dimensões temporais pois, como pesquisadora, vi-me como parte e partícipe de uma mesma história contada de várias maneiras. Esses espelhos refletiram um outro que sou eu e lançaram a percepção de que também, como pesquisadora, sou narrada pelo outro.
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