EU/NÓS
HISTÓRIA E AUTOETNOGRAFIA
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol14.i1.a18456Palavras-chave:
Colonia Philippson, Judeus russos, ImigraçãoResumo
Trata-se de um relato de uma pesquisa longitudinal sobre a vinda ao território brasileiro da família da autora de origem judaica e russa. Essa vinda foi realizada por meio de um programa de colonização que a instalou em uma área rural do Estado do Rio Grande do Sul. Esse estudo se constitui de três grandes blocos. O primeiro pode ser descrito como um nível macrossocial do contexto em que os fenômenos ocorreram, na Rússia e no Brasil; o segundo nível decorreu da leitura de cartas dos administradores da Colônia datadas do começo do século XX lidas como sendo o presente vivido na colônia; o terceiro nível foi o nível do eu/nós – pois falar de família é sempre falar “nós”, e o que o ser pesquisadora e participante da pesquisa ao mesmo tempo revelou sobre a pesquisadora e sobre o passado de sua família por ela vivenciado no presente. Neste terceiro nível, a metodologia foi a autoetnografia, enquanto nos níveis anteriores trata-se de pesquisa sócio-familiar-histórica em fontes documentais e em entrevistas. Trata-se de um estudo múltiplo e complexo que perpassa muitas áreas, mas a principal conclusão coloca a questão da intersubjetividade vista através de uma inerência histórica refletida em espelhos dirigidos a várias dimensões temporais pois, como pesquisadora, vi-me como parte e partícipe de uma mesma história contada de várias maneiras. Esses espelhos refletiram um outro que sou eu e lançaram a percepção de que também, como pesquisadora, sou narrada pelo outro.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Enfance et histoire. Destruction de l´expérience et origine de l´histoire. (Trad. Yves Hersant). Paris: Eds. Payot et Rivages, 2000.
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. (Trad. Mauro. W. Barbosa). 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2011. (Edição original 1954).
CABRAL, João de Pina, Lima, Antônia Pedroso de. Como fazer uma história de família: um exercício de contextualização social. Etnográfica, 11(2): 355-388, 2005.
CHANG, Heewon. Autoethnography as method. Disponível em: . Acesso em 15/05/2014.
ELLIS, Carolyn. The ethnographic I. A methodogical novel about autoethnography. Walnut Creek (USA): Altamira Press, 2004.
FRISCHER, Dominique. Le Moise des Amériques. Vies et ouevres du munificent baron de Hirsch. Paris: Bernard Grasset, 2002.
GOUBERT, Jean-Pierre. A História: um território sem fronteiras. Revista Brasileira do Crescimento e Desenvolvimento Humano 10(2): 01-02, 2000.
KERTÉSZ, Imre. Eu, um outro. Sâo Paulo: Planeta, 2008. (original 1997).
KLIER, John Doyle. Imperial Russia´s Jewish Question 1855-1881. Cambridge Cambridge University Press, 1995.
LÉVINAS, E. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. 3ª ed. (P. Pivatto et al., Trad.). Petrópolis: Vozes, 2004.
LORIGA, Sabrina. O eu do historiador. História da historiografia. Ouro Preto, n. 10, p. 247-259, 2012.
MASSIMI, Marina; MAHFOOD, Miguel; Silva, P. J. d.; AVANCI, S. H. S. Navegadores, colonos, missionários na Terra de Santa Cruz: um estudo psicológico da correspondência epistolar. São Paulo: Loyola, 1997.
PINTO, Amâncio da Costa. O impacto das emoções na memória: alguns temas em análise. Psicologia, Educação e Cultura, v. 2, n. 2, p. 215-140, 1998. Disponível em http://www.fpce.up.ptacpinto. Acesso em 10 set. 2013.
RABINOVICH, Elaine Pedreira. Os herdeiros da Colônia Philippson: trajetória de uma família de judeus imigrantes no Rio Grande do Sul. São Paulo: AllPrint Editora, 2015.
RAMIREZ, Paulo Niccoli. A memória e a infância em Marcel Proust e Walter Benjamin. Memoria, n. 10, 2011. Disponível em . acesso em 12 set. 2013.
RICOUER, Paul. Soi-même comme un autre. Paris: Eds du Seuil, 1990.
ROMANO, Claude. L´aventure temporelle. Trois essais pour introduire l´herméneutique événementiale. Paris: Presses Universitaires de France, 2010.
PAZ, Octavio. O arco e a lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
SCHUTZ, Alfred. O estrangeiro – um ensaio em psicologia social. Revista Espaço Acadêmico, 113, p. 117-129, 2010. (M. Duarte & M. Hanke, Trad.)
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Ouricuri
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).