Performance e matéria em A Fúria do Corpo

Autores

  • Olívia Barros de Freitas Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v4n2.p133

Palavras-chave:

Literatura, Romance, Performance, Corpo

Resumo

Este artigo aborda a narração performática em A fúria do corpo (1981) de João Gilberto Noll. A fundamentação teórica deste estudo entende a obra como um cruzamento de dois subgêneros, conforme classifica Bakhtin, cuja expressão se dá em linguagem performática, de acordo com a definição de Ravetti. A literatura de Noll tem sua estrutura interna firmada nos caminhos do corpo na linguagem, no enredo e no tempo; trata-se de uma literatura que se apropria de traços da performance, em sentido político e social. A narrativa sob a perspectiva do corpo proporciona uma aguda exposição do enunciador, do corpo e do indivíduo em si, além do local em que se passa a enunciação. Considerando aspectos da narração, analisamos como a performance do corpo se apropria, na obra, de fatores históricos, ao transparecer dados relativos à integração social do homem.

[Recebido: 07 dez. 2015 – Aceito: 08 mar. 2016]

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Biografia do Autor

Olívia Barros de Freitas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Doutoranda em Letras – Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil.

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Publicado

2016-12-19

Como Citar

FREITAS, O. B. de. Performance e matéria em A Fúria do Corpo. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 4, n. 2, p. 133–149, 2016. DOI: 10.30620/gz.v4n2.p133. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/3344. Acesso em: 16 abr. 2024.