Tempo, disciplina e poder em Machado de Assis
a escola no Brasil oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v12n1.p123Palabras clave:
História, Literatura, Machado de Assis, Educação, Estudos CulturaisResumen
O artigo que apresentamos propõe uma investigação, à luz da História Social, Teoria Literária e Estudos Culturais, sobre uma questão pouco analisada na literatura machadiana: a disciplina e a vigilância no ambiente escolar oitocentista. Trata-se de promover um interessante diálogo entre a História Social, a Teoria Literária e os Estudos Culturais, no sentido de se refletir sobre as relações sociais no campo da educação presentes na obra de Machado de Assis, a partir de um pressuposto de análise centrado na História e Estudos Culturais. A proposta consiste em analisar as especificidades e relações entre história, educação e literatura nos escritos de Machado de Assis, focalizando-se o modo como os temas relacionados às questões educacionais emergiram nos escritos machadianos, bem como submeter essa literatura ao interrogatório sistemático que habitualmente se aplica a qualquer testemunho histórico.
Descargas
Citas
ALMEIDA, Maria Zeneide Carneiro. Educação e memória: velhos mestres de Minas Gerais (1924-1944). Tese [Doutorado em História], Brasília: UnB, 2009.
ARRUDA, José Jobson de Andrade. Historiografia: teoria e prática. São Paulo: Alameda, 2014.
ASSIS, Machado. Obra Completa – 3 Volumes. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962.
ASSIS, Machado. Conto de escola. In. ASSIS, Machado. Obra Completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962.
ASSIS, Machado. Memórias póstumas de Brás Cubas. In. ASSIS, Machado. Obra Completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962.
ASSIS, Machado. 28 - 34: Instinto de nacionalidade. (1ª ed. 1873).
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BAKHTIN, Mikhail. O discurso de outrem. In. BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
BERNARDO, Gustavo; MICHAEL, Joachim; SCHÄFFAUER (org.). Machado de Assis e a escravidão. São Paulo: Annablume, 2010.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Editora Cultrix, 1975.
BOSI, Alfredo. Entre a Literatura e a História. São Paulo: Editora 34, 2013.
BOTELHO, Denilson. Letras militantes: história, política e literatura em Lima Barreto. Tese [Doutorado em História Social], Campinas: UNICAMP, 2001.
CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 9 edições, revista pelo autor. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
CANO, Jefferson. Machado de Assis, historiador. In. PEREIRA, Leonardo Affonso; CHALHOUB, Sidney. A história contada: capítulos de História Social da Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
CASTRO, Ivo. O retorno à Filologia. In. Miscelânea de Estudos Linguísticos, Filológicos e Literários in Memoriam Celso Cunha. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995.
CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. Uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CRESTANI, Jaison Luís. Machado de Assis no Jornal das Famílias. São Paulo: EDUSP/Nankin Editorial, 2009.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1984.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Sociabilidades sem história: votantes pobres no império, 1824-1881. In. Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2001.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Hermenêutica do quotidiano na historiografia contemporânea. In. Projeto História. São Paulo: nº17, nov. 1998.
GIMENES, Alessandra Maria Moreira. Machado de Assis e a crítica à escola de seu tempo: uma ideia de formação nos contos “Um cão de lata ao rabo”, “O Programa” e “Conto de escola”. Tese [Doutorado em Educação], São Paulo: Faculdade de Educação, USP, 2014.
GIMENES, Alessandra M. Moreira; REZENDE, Neide Luzia. A educação e a escola: princípios de formação em três contos de Machado de Assis. In. Machado de Assis em linha, São Paulo, v. 9, n. 18, pp. 101-115, agosto 2016.
GLEDSON, John. Machado de Assis: ficção e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
GLEDSON, John. Por um novo Machado de Assis: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
GOMES, Flávio dos Santos; CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Que cidadão? Retóricas da igualdade, cotidiano da diferença. In: Quase-cidadão: histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil. Org. Flavio dos Santos Gomes e Olívia Maria Gomes da Cunha. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
FACIOLI, Valentim. Um defunto estrambótico: análise e interpretação das Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Nankin Editorial, 2002.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2004.
FREITAS, Marcos Cezar. História Social da Educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 2009.
LOPES, Elisângela Aparecida. “Homem do seu tempo e do seu país”: senhores, escravos e libertos nos escritos de Machado de Assis. Dissertação [Mestrado em Teoria da Literatura]. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
MERQUIOR, José Guilherme. Gênero e estilo nas Memórias Póstumas de Brás Cubas. In: ASSIS, Machado. Obra Completa – 4 Volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
NEVES, Margarida de Souza. Uma escrita no tempo: memória, ordem e progresso nas crônicas cariocas. In: CANDIDO, Antonio. et alii. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1992.
NEVES, Margarida de Souza. O bordado de um tempo (a história na estória de Esaú e Jacó). Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, abril/junho de 1985. pp. 32-42.
PEREIRA, Leonardo Affonso; CHALHOUB, Sidney. A história contada: capítulos de História Social da Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
PINHEIRO, Marta Passos. Machado de Assis cronista: “Bons Dias!” no avesso da República. In. Rev. Let., São Paulo, v.52, n.2, pp. 133-145, jul./dez. 2012, p. 139.
PINTO, Ana Flávia Magalhães. Fortes laços em linhas rotas: literatos negros, racismo e cidadania na segunda metade do século XIX. Tese [Doutorado em História Social]. Campinas: UNICAMP, 2014.
RAMOS, Ana Flávia Cernic. História e Crônica: a Lei dos Sexagenários e as Balas de Estalo de Machado de Assis (1884-1885). In. Revista História Social, v. 1, pp. 61-82, 2012.
RAMOS, Ana Flávia Cernic. As máscaras de Lélio: Ficção e realidade nas “Balas de Estado” de Machado de Assis. Tese [Doutorado em História Social]. Campinas: UNICAMP, 2010.
SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. 4 ed. São Paulo: Editora 34, 2000.
THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In. THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
TRIPOLI, Mailde J. Imagens, mascaras e mitos: o negro na literatura brasileira no tempo de Machado de Assis. Dissertação [Mestrado em Teoria Literária]. Campinas: UNICAMP – Instituto de Estudos da Linguagem, 1997.
TRIPOLI, Mailde J. Machado de Assis e a escravidão. In. Jornal da UNICAMP. Campinas: 8 a 14 de setembro de 2008.
VASCONCELOS, Maria Luiza. Machado de Assis e a Educação. Tese [Doutorado em Educação], Goiânia: Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2015.
WILLIANS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.
