Autorrepresentação e verdade
dissidência sexual no poetry slam
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v10n1.p87Palabras clave:
Slam, Autorrepresentação, Lesbianidade, VerdadeResumen
Assim como existe uma disputa pela representação dos sujeitos alterizados no campo teórico, esse movimento também acontece no campo literário e artístico. Em vista disso, as mulheres lésbicas têm demarcado seu espaço na cena do slam, desde suas primeiras edições internacionais e nacionais, reivindicando ouvidos para os quais a poesia falada desconstruirá a subrepresentação até então lhes ofertada, fazendo com que a imagem desses sujeitos possa ser reconstruída por elas mesmas. O presente trabalho busca refletir acerca da produção de narrativas legítimas pela conceitualização de verdade atribuída à poética atravessada pela experiência e pela vivência, a autorrepresentação. Alguns conceitos relacionados à alteridade, interseccionalidade, subrepresentação e, sobretudo, à autorrepresentação nos guiarão na compreensão de que a literatura em geral e, de modo específico, o poetry slam, vem se constituindo num espaço para vozes subalternizadas, um campo para a expressão de corpos políticos.
[Recebido em: 31 mar. 2022 – Aceito em: 13 out. 2022]
Descargas
Citas
ACHUGAR, Hugo, BEVERLEY, John (Org.). La voz del otro: testimonio, subalternidad y verdad narrativa. Lima, Pittsburgh: Latinoamericana, 1992.
AKOTIRENE, KARLA. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BOURDIEU, Pierre. A identidade e a representação: elementos para uma reflexão crítica sobre a idéia de região. In: BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989. p. 107-132.
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. In: Estudos Avançados, [S. l.], v. 17, n. 49, p. 117-133, 2003. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9948. Acesso em: 1 nov. 2020.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na américa latina a partir de uma perspectiva de gênero. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v17n49/18400.pdf. Acesso em: 2 dez. 2020.
DALCASTAGNÈ, Regina. A personagem do romance brasileiro contemporâneo: 1990-2004. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 26. Brasília, julho-dezembro de 2005, p. 13-71.
DALCASTAGNÈ, Regina. A auto-representação de grupos marginalizados: tensões e estratégias na narrativa contemporânea. Porto Alegre: Letras de Hoje. v. 42, n. 4, 2007. p. 18-31.
DALCASTAGNÈ, Regina. O prego e o rinoceronte: resistências na literatura brasileira. Porto Alegre: Zouk, 2021.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1988.
HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2020.
LORDE, Audre. Irmã Outsider: Ensaios e conferências. Trad. Stephanie Borges. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
LUGONES, María. Colonialidad y género. Tábula Rasa, n. 9, julio-diciembre, Colômbia, 2008, p. 73-101. Disponível em: https://www.revistatabularasa.org/numero-9/05lugones.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina, 2009.
PIERINI, Margarita. La mirada y el discurso: la literatura de viajes. In: PIZARRO, Ana, (Org.) América Latina: palavra, literatura e cultura. Vol. 2: Emancipação do Discurso. São Paulo: Memorial; Campinas: Editora Unicamp, 199. p. 161-183.
PIGLIA, Ricardo. Crítica y ficción. 3. ed. Buenos Aires: Seix Barral, 1986.
RAMA, Ángel. A cidade das letras. Trad. Emir Sader. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Trad. Tomás Rosa Bueno. 1 reimp. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. São Paulo: Cia das Letras, 2003.
SONTAG, Susan. Sobre la fotografia. Trad. Carlos Gardini. Cidade do México: Alfaguara, 2006.
SPIVAK, Gayatri C. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida et al. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.