Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena

reflexões sobre território, memória e espaço

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v11n02.p25

Palavras-chave:

Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena, Cineclubismo, Memória, Território, Centro Cultural Arte Pajuçara

Resumo

Partindo da experiência de realização da Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena, realizada desde 2019, em Alagoas, o presente ensaio tem como objetivo compartilhar algumas inquietações sobre território, a memória e o espaço a partir dos atravessamentos entre a prática cineclubista e a emergência de outras formas de estar na cidade. Em nossa reflexão, compreendemos que ao longo desse tempo a Mostra passou a se configurar como um importante espaço de descolonização cultural, por reunir outras visualidades cinematográficas, e que, além disso, também passou a colocar em prática uma ocupação política de um equipamento cultural, localizado em um bairro gentrificado em Maceió-AL, a Pajuçara, configurando-se assim como um verdadeiro ato de resistência cultural negra, o que tem nos levado a compreendê-la como um importante quilombo urbano.

[Recebido em: 17 out. 2023 – Aceito em: 18 nov. 2023]

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Biografia do Autor

Roseane Virginio, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutoranda em História pela UFSC e bolsista CNPQ. Bacharela, especialista e mestra em História pela Ufal. Realizadora em audiovisual, curadora e produtora cultural. É membro do Mirante Cineclube e associada da Apan (Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro). Compôs a curadoria da 9ª e da 12ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano e do I Festival de Cinema de Arapiraca (2022). É uma das idealizadoras e curadora da I, II, III e IV Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena (2019, 2020, 2021, 2022). Foi professora nos cursos de curta duração em cinema no projeto Cine do Mangue (2021) e no PRONATEC EJA (2018). Participou do podcast Fuxico de Cinema (2021).

Beatriz Souza Vilela, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Mestra em Sociologia e doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) faz parte do Mirante Cineclube, onde realiza a Mostra Quilombo de Cinema Negro e indígena. É associada à Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), participa do conselho municipal de políticas culturais da secretaria municipal de cultura e desde 2019 empreende através da Beatrix Filmes.

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Publicado

2024-05-04

Como Citar

VIRGINIO, R. M.; VILELA, B. S. Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena: reflexões sobre território, memória e espaço. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 11, n. 2, p. 25–45, 2024. DOI: 10.30620/gz.v11n02.p25. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/v11n2p25. Acesso em: 18 maio. 2024.