Performance e matéria em A Fúria do Corpo
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v4n2.p133Palavras-chave:
Literatura, Romance, Performance, CorpoResumo
Este artigo aborda a narração performática em A fúria do corpo (1981) de João Gilberto Noll. A fundamentação teórica deste estudo entende a obra como um cruzamento de dois subgêneros, conforme classifica Bakhtin, cuja expressão se dá em linguagem performática, de acordo com a definição de Ravetti. A literatura de Noll tem sua estrutura interna firmada nos caminhos do corpo na linguagem, no enredo e no tempo; trata-se de uma literatura que se apropria de traços da performance, em sentido político e social. A narrativa sob a perspectiva do corpo proporciona uma aguda exposição do enunciador, do corpo e do indivíduo em si, além do local em que se passa a enunciação. Considerando aspectos da narração, analisamos como a performance do corpo se apropria, na obra, de fatores históricos, ao transparecer dados relativos à integração social do homem.
[Recebido: 07 dez. 2015 – Aceito: 08 mar. 2016]
Downloads
Referências
ADORNO, T. W. Teoria Estética. Lisboa: Edições 70, 1982.
AUERBACH, Erich. Mimesis. São Paulo: Perspectiva, 2004.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão G. Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de estética: A Teoria do Romance. São Paulo: Unesp, 1998.
BAKHTIN, Mikhail [P.V. MEDVEDEV P. N.]. The Formal Method in Literary ScholarshiP. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1978.
BRAITH, Beth (Org.). Bakhtin: Conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005.
BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires, Paidós, 2002.
COHEN, Renato. Performance como linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2002.
DIAS, Ângela Maria. Esteticismo e Vanguarda: políticas culturais no Brasil dos anos 60. In: A Missão e o Grande Show. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999.
JAMESON, Frederic. Third-World Literature in the Era of Multinational Capitalism. Social Text. Minessota: Fall, 1986.
JAMESON, Frederic. Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. Trad. Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 1996.
LUKÁCS, Georg. A Teoria do Romance. São Paulo: Duas Cidades, 2006.
MELLO, Renato de. As instâncias do leitor na obra de Nathalie Sarraute. In: RAVETTI, Graciela Ravetti; ARBEX, Márcia. Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais & Programa de Pós-Graduação em Letras-Estudos Literários, 2002.
MESSEDER, Carlos Alberto. Linguagens de Violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
MESSEDER, Carlos Alberto. The Ideologies of Theory. Minneapolis: University of Minessota Press, 1988.
NOLL, João Gilberto. A fúria do corpo. Rio de Janeiro: Record, 1981.
NOLL, João Gilberto. Entrevista a Paloma Vidal e Daniel Barreto. Grumo. Buenos Aires e Rio de Janeiro, outubro 2005. n. 4. p. 150-157.
PEREIRA, A. M. etal (Org.). Linguagens da Violência. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2000.
PROENÇA FILHO, Dominício. Pós-Modernismo. São Paulo: Ática, 1988.
RAVETTI, Graciela. Narrativas perfomáticas. In: RAVETTI, Graciela; ARBEX, Márcia. Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais & Programa de Pós-Graduação em Letras-Estudos Literários, 2002.
REINELT, Janelle & ROACH, Joseph. Critical Theory and Performance. Michigan: The University of Michigan Press, 1999.
SANTIAGO, Silviano. Nas Malhas da Letra. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.