Ações educativas desenvolvidas por prostitutas organizadas

tecendo confiança e autonomia

Autores

  • Fabiana Rodrigues de Sousa Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL).

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2015.v24.n43.p161-169

Palavras-chave:

Saber de experiência. Prostitutas. Confiança. Educação popular.

Resumo

O presente artigo é elaborado com base em reflexões tecidas ao longo de pesquisa de pós-doutoramento realizada com prostitutas que fazem parte de associações da categoria localizadas nas cidades de Belo Horizonte (MG), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Recife (PE), com intuito de desvelar processos educativos consolidados no exercício do trabalho sexual e na trajetória de militância dessas mulheres na busca por seus direitos. Com base no referencial da Educação Popular, ao longo do percurso metodológico desta investigação buscamos – pesquisadora e prostitutas – identificar e analisar saberes de experiência construídos nas ações educativas e culturais desenvolvidas por essas mulheres. Os resultados da investigação engendram
o entendimento de que o processo de organização de prostitutas em associações
tem sido relevante para fortalecer a leitura crítica da realidade, possibilitando o
desenvolvimento da autoestima e autoconfiança necessárias capazes de impulsioná-las ao engajamento na busca por seus direitos. As ações educativas realizadas por essas mulheres funcionam como círculos de cultura, nos quais elas vêm apresentando seus anseios, sua estética e afirmando sua condição de sujeito.

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Biografia do Autor

Fabiana Rodrigues de Sousa, Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL).

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professora do Programa de Mestrado em Educação e do curso de Pedagogia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL).

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Publicado

2015-06-19

Como Citar

SOUSA, F. R. de. Ações educativas desenvolvidas por prostitutas organizadas: tecendo confiança e autonomia. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 24, n. 43, p. 161–169, 2015. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2015.v24.n43.p161-169. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/1322. Acesso em: 24 abr. 2024.