Educação e formação de mulheres
a Revista Bem-Te-Vi na primeira metade do Século XX
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2021.v30.n63.p30-45Palavras-chave:
Imprenso metodista. Conteúdos de educação feminina. Mulheres indígenas.Resumo
Este artigo analisa como a educação e a formação de mulheres foram pensadas em espaços para além da fé protestante, na primeira metade do século XX. Para isso, toma-se como fonte principal de pesquisa um impresso periódico protestante, revista Bem-te-vi, que circulou nesse período na Escola da Missão (Escola Primária General Rondon) na Reserva Indígena de Dourados (RID). Além do periódico, também analisa-se o jornal O Puritano. As fontes mobilizadas foram analisadas a partir dos pressupostos teóricos da História Cultural. O estudo dos conteúdos editados nas páginas da revista Bem-te-vi na primeira metade do século XX e direcionados à educação e à formação das mulheres, usados na Escola da Missão na RID, buscavam incutir padrões do universo feminino às meninas e mulheres indígenas, construídos e legitimados pela cultura ocidental. Constata-se, assim, que a Revista em análise, no período, constitui-se em um veículo de divulgação dos valores protestantes metodistas que ultrapassa os espaços de fé do protestantismo, que juntamente com o jornal O Puritano, permitiu compreender e refletir sobre os processos educativos e formativos de mulheres em espaços indígenas.
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Atualizado em 15/07/2017