REPERCUSSÕES DE DESCOBERTAS NEUROCIENTÍFICAS AO ENSINO DA ESCRITA
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2014.v23.n41.p%25pPalavras-chave:
Neurociências, Educação, Aprendizado, EscritaResumo
Este trabalho explora algumas descobertas das neurociências com implicação com a educação, em especial com a aquisição e o aprendizado da escrita. O advento das tecnologias permitiu ampliar substancialmente o funcionamento da linguagem no
cérebro humano, como se aprende, processa, evoca ou se esquece o conhecimento verbal. Com base em Damásio e Damásio (2004), Dehaene (2012), Scliar-Cabral (2009), Hassin, Uleman e Bargh (2005), Ausubel (1982), Ausubel, Novak e Hanesian (1983), Izquierdo (2002, 2004), Boujon e Quaireau (2000), discute-se e especulase sobre as seguintes questões: dissimetrização e invariância na alfabetização; aprendizado indireto, conhecimentos prévios e prática da leitura no contexto escolar; plasticidade cerebral e período crítico; diversidade de estimulação, emoção e nível de processamento na consolidação das memórias; atenção e aprendizagem. Defende-se, por fim, a consideração de achados neurocientíficos no ensino de língua materna.
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Atualizado em 15/07/2017