Quem é o professor segundo o projeto escola sem partido? Um processo de silenciamento e depreciação docente
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n58.p216-232Palavras-chave:
Escola sem Partido, análise do discurso, professores, silenciamento, depreciação.Resumo
O presente artigo pretende demonstrar, através da análise dos PLs nº7180/2014 e nº867/2015, como o movimento Escola sem Partido contribui para o silenciamento e depreciação dos professores. Como base teórica, utilizou-se Bauman (2001; 2005; 2008), além de discussões de Apple (2006; 2017) sobre a educação “à direita”, o processo de identidade docente de Giroux (1997), Spivak (2012) e Bohn (2013), assim como o conceito de silenciamento trazido por Orlandi (2007). Através das análises, foi possível identificar a forte presença de grupos neoliberais, neoconservadores e fundamentalistas religiosos em nossa educação e também traçar o perfil docente segundo os defensores do movimento: doutrinador, manipulador, influenciador, explorador, criminoso, autoritário, opressor e esquerdista. A falácia da neutralidade do ensino é uma tentativa de calar a voz de uma classe que representa 2,5 milhões de profissionais. Diante desse cenário, faz-se necessário repensar os cursos de formação docente. O futuro professor precisa reconhecer-se como profissional e intelectual para conseguir formar alunos conscientes de seu papel e de sua importância na sociedade.
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Atualizado em 15/07/2017