PESQUISAS PÓS-CRÍTICAS EM EDUCAÇÃO: NOTAS METODOLÓGICAS PARA INVESTIGAÇÕES COM CURRÍCULOS DE GOSTO DUVIDOSO

Autores

  • Marlécio Maknamara Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Marlucy Alves Paraíso Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2013.v22.n40.p41-53

Palavras-chave:

Teorias pós-críticas, Pesquisa em educação, Análise do discurso musical

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de destacar algumas notas teórico-metodológicas em torno de pesquisas em educação que se pretendem pós-críticas. Inicia destacando algumas características de teorizações pós-críticas em educação. Em seguida, explicita motivos a partir dos quais é produtivo investigar, numa perspectiva pós-crítica, os ensinamentos de músicas. Adiante, considerando a produtividade de discursos musicais na constituição de posições de sujeito, destaca alguns procedimentos afeitos a pesquisas pós-críticas em educação que empregam análises discursivas segundo inspiração de Michel Foucault. Por fim, traz algumas considerações finais referentes ao compromisso de pesquisar e de tentar escrever pós-criticamente em educação, sobretudo em se tratando de investigar discursos musicais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marlécio Maknamara, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor Adjunto do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Endereço para contato: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Departamento de Práticas Educativas e Currículo

Marlucy Alves Paraíso, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Currículos e Culturas (GECC)

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÚSICA (ABEMÚSICA). A importância da música para as crianças. 2. ed. São Paulo: ABEMÚSICA, 2008.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval de. Nordestino: uma invenção do falo – uma história do gênero masculino (Nordeste -1920/1940). Maceió: Catavento, 2003.

BIRMAN, Joel. Subjetividade, contemporaneidade e educação. In: CANDAU, Vera M. (Org.). Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 11-28.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: arte. Brasília: SEF/MEC, 1997.

______. Lei n. 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Diário Oficial da União. Brasília, v. 145, n. 159, 19 ago, 2008. Seção 1, p. 1.

CAMPOS, Nilceia. Luz, câmera, ação e... música! – os efeitos do espetáculo nas práticas musicais escolares. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPEd, 27., 2004, Caxambu, MG. Anais... Caxambu, MG: ANPEd, 2004. GT Currículo da ANPEd.

CORAZZA, Sandra. O que faz gaguejar a linguagem da escola. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Linguagens, espaços e tempos no ensinar e aprender. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 89-103.

______. O que quer um currículo? – pesquisas pós-críticas em educação. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

COSTA, Marisa. Poder, discurso e política cultural: contribuições dos Estudos Culturais ao campo do currículo. In: LOPES, Alice; MACEDO, Elizabeth (Orgs.). Currículo: debates contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005, p. 133-149.

DAMASCENO, Francisco. Experiências musicais: em busca de uma aproximação conceitual. In: ______; MENDONÇA, Amaudson (Org.). Experiências musicais. Fortaleza: PMF/EdUECE, 2008. p. 11-28.

FISCHER, Rosa. O estatuto pedagógico da mídia: questões de análise. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 02, p. 59-80, 1997.

______. “Técnicas de si” na TV: a mídia se faz pedagógica. Educação Unisinos, São Leopoldo, v. 04, n. 07, p. 111-139, 2000.

______ . Foucault e a análise do discurso em educação. Cadernos de Pesquisa, Rio de Janeiro, n. 114, p. 197-223, 2001.

______. O visível e o enunciável no dispositivo pedagógico da mídia: contribuição do pensamento de Foucault aos estudos de comunicação. Verso e Reverso, São Leopoldo, n. 40, p. 01-17, 2005.

FOUCAULT, Michel. Verdade e subjetividade. Revista de Comunicação e Linguagem, Lisboa, n. 19, p. 203-223, 1993.

______. A ordem do discurso. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1996.

______. Do governo dos vivos. In: FOUCAULT, Michel. Resumo dos cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 99-106.

______. História da sexualidade I: a vontade de saber. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2001.

FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2003.

______. In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. p. 234-239.

______. A arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005a.

______. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005b.

______. Verdade e poder. In: MACHADO, Roberto (Org.). Microfísica do poder. 23. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2007a. p. 01-14.

______. Soberania e disciplina. In: MACHADO, Roberto (Org.). Microfísica do poder. 23. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2007b. p. 179-191.

______. Nietzsche, a genealogia e a história. In: MACHADO, Roberto (Org.). Microfísica do poder. 23. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2007c. p. 15-37.

______. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GADELHA, Sylvio. Educação e subjetivação: elementos para uma escuta extemporânea. 2003. 311f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2003.

GARBIN, Elisabete. Na trilha sonora da vida. Jornal NH, Novo Hamburgo, RS, v. 11, p. 1, set. 1999. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/neccso>. Acesso em: 10 set. 2008.

GIROUX, Henry. A disneyzação da cultura infantil. In: SILVA, Tomaz da; MOREIRA, Antonio (Org.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. p. 49-81.

GREEN, Bill; BIGUM, Chris. Alienígenas na sala de aula. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 208-243.

GURGEL, Emanuel. Eu vivo de música. Diário do Nordeste, Fortaleza, 08 jan. 2006. Disponível em: <http://diariodonordeste.globo.com/arquivo/materia.asp?codigo=306071>. Acesso em: 16 set. 2008.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 02, p. 15-46, 1997.

KELLNER, Douglas. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: EDUSC, 2001.

______. Lendo imagens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 104-131.

LOUREIRO, Alícia. O ensino de música na escola fundamental. Campinas, SP: Papirus, 2003a.

______. O ensino da música na escola fundamental: dilemas e perspectivas. Educação, Santa Maria, RS, v. 28, n. 01, p. 101-112, 2003b.

LOURO, Guacira. Conhecer, pesquisar, escrever... Educação, Sociedade & Culturas, Porto, PT, v. 1, n. 25, p. 235-245, 2007.

MAKNAMARA, Marlécio. Currículo, gênero e nordestinidade: o que ensina o forró eletrônico? 2011. 151f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.

______; PARAÍSO, Marlucy. Problemas de gênero para escutar o forró eletrônico com ouvidos de educador/a. In: MAKNAMARA, Marlécio (Org.). Encontros em educação: infância, história, política, cultura, meio ambiente.... João Pessoa: EdUFPB, 2011. p. 163-172.

______; ______. Forró eletrônico: uma questão de governo... Uma questão também de educação? Exitus, Santarém, PA, v. 2, n. 1, p. 117-133, 2012.

MOITA, Filomena. Games: contexto cultural e curricular juvenil. 2006. 175f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006.

NAPOLITANO, Marcos. História & Música: história cultural da música popular. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

NELSON, Cary; TREICHLER, Paula; GROSSBERG, Lawrence. Estudos culturais: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 07-38.

NOGUEIRA, Monique. Música, consumo e escola: encontros possíveis e necessários. REUNIÃO ANUAL DA ANPEd, 21., 1998, Caxambu, MG. Anais... Caxambu, MG: ANPEd, 1998. GT Educação e Comunicação da ANPEd.

PARAÍSO, Marlucy. A produção do currículo na televisão: que discurso é esse? Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 26, n. 01, p. 141-160, 2001.

______. A(s) cultura(s) no GECC: artefato, objeto de estudo e conceito. In: AMORIM, Antonio Carlos de; PESSANHA, Eurize (Org.). As potencialidades da centralidade da(s) cultura(s) para as investigações no campo do currículo. Caxambu: GT Currículo da ANPED, 2006. p. 07-13.

______. Currículo e mídia educativa brasileira: poder, saber e subjetivação. Chapecó, SC: Argos, 2007.

RAGO, Margareth. Feminizar é preciso: por uma cultura filógina. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 58-66, 2001.

ROSE, Nikolas. Governando a alma: a formação do eu privado. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Liberdades reguladas: a pedagogia construtivista e outras formas de governo do eu. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p. 30-45.

______. Como se deve fazer a história do eu? Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 26, n. 01, p. 33-57, 2001.

SCOTT, Joan. Experiência. In: SILVA, Alcione; LAGO, Mara; RAMOS, Tânia (Org.). Falas de gênero: teorias, análises, leituras. Florianópolis: Mulheres, 1999. p. 21-55.

SILVA, Expedito. Forró no asfalto: mercado e identidade sociocultural. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2003. 154 p.

SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001a.

______. Os novos mapas culturais e o lugar do currículo numa paisagem pós-moderna. In: ______; MOREIRA, Antonio (Org.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001b. p. 184-202.

______. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

______. Currículo e identidade social: territórios contestados. In: ______ (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. p. 190-207.

______. A golpes de estilo. In: MOREIRA, Antonio; PACHECO, José; GARCIA, Regina. (Org.). Currículo: pensar, sentir, diferir. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p. 215-223.

SOVIK, Liv. O rap desorganiza o carnaval: globalização e singularidade na música popular brasileira. Caderno CRH, Salvador, n. 33, p. 247-255, 2000.

TROTTA, Felipe. Samba e mercado de música nos anos 1990. 2006. 261f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

Publicado

2019-10-16

Como Citar

MAKNAMARA, M.; PARAÍSO, M. A. PESQUISAS PÓS-CRÍTICAS EM EDUCAÇÃO: NOTAS METODOLÓGICAS PARA INVESTIGAÇÕES COM CURRÍCULOS DE GOSTO DUVIDOSO. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 22, n. 40, p. 41–53, 2019. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2013.v22.n40.p41-53. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/7437. Acesso em: 6 out. 2024.