A AUDIODESCRIÇÃO E A MEDIAÇÃO TEATRAL: A PALAVRA E O JOGO DIALOGANDO COM A CENA
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2018.v27.n51.p213-231Palavras-chave:
Audiodescrição, Deficiência visual, Mediação teatral, Formação do espectadorResumo
O presente artigo aborda a audiodescrição como tradução intersemiótica, interpretando-a, a partir das proposições bakhtinianas, como um posicionamento responsivo, gerador de uma contrapalavra que ocupa o entrelugar dos enunciados das obras traduzidas, sobretudo o teatro, orientando-se pela perspectiva de que a atividade espectatorial das pessoas com deficiência visual possa provocar contraimagens como (trans)figurações singulares daquilo que foi apreciado. Essa abordagem pelo viés da responsividade nos remete ao caráter mediador da audiodescrição na teia semiótica de atribuição de sentidos que nos permite uma iniciativa teórico-prática de articulação da audiodescrição com a mediação teatral, a partir do jogo improvisacional. Esse enfoque é assumido pela pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGED/UFRN), a qual investigou o processo de acessibilidade do espetáculo “De Janelas e Luas”, tendo como referência o monólogo protagonizado por Mayra Montenegro, cuja apresentação acessível se deu em uma turma do 2º ano do Ensino Médio de uma escola estadual, situada na cidade de Natal-RN. Nos limites deste artigo, será ressaltada essa convergência entre a audiodescrição e a mediação teatral, assumindo como perspectiva a consideração do horizonte ético e estético da formação do espectador a partir do encontro, provocado pela cena teatral, entre jovens com e sem deficiência visual.
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Atualizado em 15/07/2017