Ativismo político e juventude: catracas na escola e na cidade para os jovens mais jovens

Autores

  • Miriam Leite Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p169-185

Palavras-chave:

Juventude, Adolescência, Ativismo político, Educação escolar, Diferença

Resumo

Os movimentos de ocupação urbana ocorridos em diversas partes do mundo desde o início desta década foram, com frequência, associados à juventude. No entanto, o termo juventude é reconhecidamente pouco preciso quanto à idade que refere: estariam aqueles que frequentam os anos finais do ensino fundamental incluídos nesse reconhecimento de agência política? No contexto da greve docente da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro, em 2013, realizamos entrevistas com professoras que participaram desse movimento, considerando que suas narrativas poderiam trazer notícias desse reconhecimento (ou não reconhecimento). Em diálogo com teorizações de Jacques Derrida, Judith Butler e Leonor Arfuch, discutimos sobre os textos produzidos nesses encontros, a partir das noções de performatividade, iteração, interpelação e entrevista narrativa. Assinalamos, nessa leitura, além da já suposta potência da interpelação docente, a força da própria cidade no favorecimento ou obstaculização da agência política desses jovens mais jovens.

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Biografia do Autor

Miriam Leite, Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Professora adjunta da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). Líder do Grupo de Estudos sobre Diferença e Desigualdade na Educação Escolar da Juventude DDEEJ/UERJ).

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Publicado

2017-10-31

Como Citar

LEITE, M. Ativismo político e juventude: catracas na escola e na cidade para os jovens mais jovens. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 26, n. 49, p. 169–185, 2017. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p169-185. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/4028. Acesso em: 16 abr. 2024.