Comunidades quilombolas do sertão de Pernambuco: diálogos sociopolíticos na construção de uma educação emancipatória
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2017.v26.n49.p53-67Palavras-chave:
Educação quilombola, Semiárido nordestino, SociopolíticaResumo
Os povos quilombolas possuem uma longa história de luta por uma educação de qualidade, sobretudo os povos do Semiárido nordestino. Assim, a partir de dispositivos normativos e da luta dos movimentos sociais, houve um grande avanço na criação de diversas politicas públicas, destacando-se os programas educacionais destinados à valorização da diversidade sociocultural no campo. Sabendo disso, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as relações e contribuições de aspectos sociopolíticos na construção de uma educação emancipatória em comunidades quilombolas insertadas no contexto do Semiárido nordestino. Optou-se pela pesquisa e abordagem qualitativa, de caráter exploratório e de base etnográfica, com procedimentos metodológicos,como: observações diretas, entrevistas semiestruturadas, grupos focais, caminhadas transversais, registros fotográficos, entre outros, com posterior triangulação dos dados.Verificou-se que os processos educativos se mostram o diferencial no empoderamento e tomada de decisões relativas à reafirmação de uma alteridade que estão cotidianamente ressignificando na luta pela valorização quilombola. Assim, empreende-se que as ações públicas de fortalecimento do patrimônio cultural e imaterial desses grupos sociais não serão efetivadas apenas pela existência de uma legislação específica para educação escolar quilombola, mas dependem muito mais do esforço em conjunto e integrado dos coletivos quilombolas na busca pelo respeito ao éthos (modo de ser) quilombola na elaboração das atividades pedagógicas que respeitem as especificidades locais e perpetuem os elementos culturais que constroem a identidade étnica de cada comunidade.
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Atualizado em 15/07/2017