HUMANIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE COMO OBJETIVO DA INTERVENÇÃO E PESQUISA NAS PRÁTICAS EDUCATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n46.p105-120Palavras-chave:
Educação e saúde, Trabalho e educação, Humanização, Ergologia, Práticas educativas em saúdeResumo
O artigo parte de nossa preocupação, como pesquisadores das práticas educativas em educação e saúde, em construir práticas de pesquisa e intervenção no trabalho que resultem na produção de conhecimentos sobre as relações entre os saberes formalizados e a experiência dos trabalhadores, assim como em melhorias na realização de sua atividade. Nosso objetivo principal é apresentar uma reflexão abordando três questões a nosso ver essenciais à compreensão desse tema, quais sejam, o significado da intervenção nas relações de trabalho, as condições em que ocorrem e o que pensamos ser seus principais objetivos. Apoiamo-nos especialmente nos conceitos elaborados pela ergologia, tais como atividade, normalizações, renormalizações e écart, além do materialismo histórico e dialético e a teoria crítica, teorias que pensamos ser essenciais para a compreensão das práticas educativas em saúde realizadas nas relações de produção. Embora se trate de um artigo de caráter mais teórico, tem como pano de fundo pesquisas que temos desenvolvido em serviços de saúde. Assim, em alguns momentos traremos informações levantadas nesses estudos. Concluímos a exposição destacando algumas das contribuições metodológicas da ergologia para a compreensão e a intervenção nas práticas educativas nas relações de produção.
Downloads
Referências
BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em: 12 jul. 2015.
BERNARDO, João. Economia dos conflitos sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza. Considerações sobre a arte e a ciência da mudança: revolução das coisas e reforma das pessoas. O caso da saúde. In: CECÍLIO, Luiz Carlos de Oliveira (Org.). Inventando a mudança na saúde. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 29-88.
CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE (CONASS). A gestão do trabalho e da educação na saúde. Brasília, DF, 2011.
CORRÊA, Maíra Baungarten. Tecnologia. In: CATTANI, Antonio David. Trabalho e tecnologia: dicionário crítico. Porto Alegre: UFRGS, 1997. p. 250-257.
DURRIVE, Louis. A atividade humana, simultaneamente intelectual e vital. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 47-67, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tes/v9s1/03.pdf>. Acesso em: 04 maio 2015.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Coordenação Marina Baird Ferreira e Margarida dos Anjos. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010.
FISCHBORN, Aline Fernanda. Formação dos trabalhadores no contexto da divisão do trabalho de enfermagem: entre o prescrito e o real. 2012. 109f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul (PPGEdu-UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, 2012.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade: a sociedade brasileira em transição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
______. Educação e mudança. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
GERNET, Isabelle; DEJOURS, Chirstophe. Évaluation du travail et reconnaissance. Nouvelle Revue de Psychosociologie, v. 8, n. 2, p. 27-36, 2009. Disponível em: <http://sociolog.cluster003.ovh.net/IMG/pdf/vluation_du_travail_et_reconnaissance.pdf>. Acesso em: 11 out. 2014.
GRABOIS, Victor. Gestão do cuidado. In: OLIVEIRA, Roberta Gondin de; GRABOIS, Victor; MENDES JUNIOR, Walter Vieria (Org.). Qualificação dos Gestores do SUS. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz/ENSP/EAD, 2011. p. 159-197. Disponível em <http://docplayer.com.br/1455228-6-gestao-do-cuidado-conceitos-basicos-sobre-o-cuidado-victor-grabois.html>. Acesso em: 28 out. 2015.
LAMAS, Alex Elias; CALVO, Maria Cristina Marino; FREITAS, Sérgio Fernando Torres de. A dimensão profissional na gestão das redes de cuidado: mobilizar saberes diante de novas atribuições. Saúde e Transformação Social, Florianópolis, v. 3, n. 4, p. 83-88, 2012.
ODDONE, Ivar. La compétence professionnelle élargie. Société Française, v. 10, p. 28-33, 1984. Disponível em: <http://revuesshs.u-bourgogne.fr/societe_ francaise/document.php? id=52>. Acesso em: 05 set. 2012.
OLIVEIRA, Simone; ALVAREZ, Denise; BRITO, Jussara. A dimensão gestionária do trabalho: aspectos da atividade de cuidado. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1581-1589, 2013.
PAIM, Jairson Silva. Reforma Sanitária Brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Rio de Janeiro: Fiocuz, 2008.
PEREIRA, Isabel Brasil; LIMA, Júlio César França. Trabalho Educação e Saúde: referências e conceitos. In: ______. (Org.). Dicionário da educação profissional em saúde. 2. ed. Rio Janeiro: EPSJV, 2008. p. 17-28.
PIRES, Denise Elvira. Divisão técnica do trabalho em saúde. In: PEREIRA, Isabel Brasil; LIMA, Júlio César França. (Org.). Dicionário da educação profissional em saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. p. 130-135.
SAVEGNAGO, Jean de Fraga. Debate de normas: renormatizações no trabalho dos técnicos de enfermagem do SAMU-192 e suas ressonâncias para o processo formativo. 2014. 129f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul (PPGEdu-UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, 2014.
SCHWARTZ, Yves. Entrevista: Yves Schwartz. Revista Trabalho, Educação e Saúde, v. 4, n. 2, p. 457-466, 2006.
______. Intervenir dans la vie des autres. Colloque EDF: “Le nucléaire et l’homme”. Paris, 9-10/10/2002. Paru dans les actes du colloque. 2003. p. 1-14. Disponível em: <http://sites.univ-provence.fr/ergolog/Bibliotheque/Schwartz/Intervenir dans la vie des autres.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2015.
______. La conceptualisation du travail, le visible et l'invisible. L'Homme et la Société, v. 2, n. 152/153, p. 47-77, 2004. Disponível em: <https://www.cairn.info/load_pdf.php?ID_ARTICLE=LHS_152_0047>. Acesso em: 12 jul. 2015.
______. Qual sujeito para qual experiência. Tempus: Actas de Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p. 55-67, 2011. Disponível em: <http://www.tempus.unb.br/index.php/tempus/article/download/pt/927>. Acesso em: 11 maio 2013.
______. Trabalho e uso de si. Pro-posições, v. 5, n. 1, p. 34-50, 2000.
______. Un bref aperçu de l’histoire culturelle du concept d’activité. @ctivités, v. 4, n. 2, p. 122-133, 2007. Disponível em: <http://www.activites.org/v4n2/schwartz-FR.pdf>. Acesso em: 20 out. 2012.
______. A experiência é formadora? Educação & Realidade, v. 35, n. 1, p. 35-48, 2010.
SCHWARTZ, Yves; DUC, Marcelle. Trabalho e uso de si. In: SCHWARTZ, Yves; DURRIVE, Louis (Org.). Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. Niterói, RJ: EdUFF, 2007. p. 189-204.
SANTOS FILHO, Serafim Barbosa; BARROS, Maria Elizabeth Barros de; GOMES, Rafael da Silveira. A Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde. Interface, Botucatu, SP, v. 13, supl.1, p. 603-613, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832009000500012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 maio 2014.
SILVA, Marianna Araujo da; MARTINS, Lia Raposo de Assis; OSORIO, Claudia. A articulação de saberes teóricos e práticos na análise e no desenvolvimento da atividade de cuidado. Psicologia: Teoria e Prática, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 95-105, 2010. Disponível em: <http://www.pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872010000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 out. 2015.
STROOBANTS, Marcelle. Trabajo y competencias: recapitulación crítica de los enfoques sobre los saberes en el trabajo. Calificaciones y Empleo, v. 1, n. 21, 1999. Disponível em: <http://www.cereq.fr/cereq/ce21.pdf>. Acesso em: 20 set. 2004.
TRINQUET, Pierre. Trabalho e educação: o método ergológico. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, p. 93-113, ago. 2010. Disponível em: <https://www.fe.unicamp.br/revistas/ged/histedbr/article/view/3432/3053>. Acesso em: 17 nov. 2015.
TRAJANO, Ana Rita de Castro. O trabalho no SAMU e a humanização do SUS: saberes-atividade-valores. 2012. 166f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG), Belo Horizonte, 2012.
WEIGELT, Leni Dias. Política pública de saúde: um estudo sobre o processo de implementação da descentralização/regionalização da saúde na região do Vale do Rio Pardo-RS. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2006.
ZELIZER, Viviana. A economia do care. In: GUIMARÃES, Nadya Araújo; HIRATA, Helena (Org.). Cuidado e cuidadoras: as várias facetas do Care. São Paulo: Atlas, 2012. p. 15-28.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O encaminhamento dos textos para a revista implica a autorização para a publicação.
A aceitação para a publicação implica na cessão de direitos de primeira publicação para a revista.
Os direitos autorais permanecem com os autores.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa.
Os autores dos textos assumem que são autores de todo o conteúdo fornecido na submissão e que possuem autorização para uso de conteúdo protegido por direitos autorais reproduzido em sua submissão.
Atualizado em 15/07/2017