FAMÍLIAS, MASCULINIDADES E RACIALIDADES NA ESCOLA: PROVOCAÇÕES QUEER E DECOLONIAIS
DOI:
https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2016.v25.n45.p127-143Palavras-chave:
Currículo, Decolonialidade, Arranjos familiars, Raça, MasculinidadesResumo
O presente artigo discute, a partir das contribuições dos Estudos Decoloniais e Queer, os modos pelos quais estudantes do 6º ano de uma escola pública da periferia de Duque de Caxias, cidade localizada na Baixada Fluminense, Região do Estado do Rio de Janeiro, construíram e vivenciaram seus arranjos familiares, ressignificando cotidianamente as expectativas sexuais e raciais, a maternidade e a paternidade. Com
essa investigação, a partir do método da pesquisa-ação, objetivou-se problematizar as noções de família, trazendo à tona a necessidade de reconhecer outras possibilidades.
Com os dados que subsidiaram a análise, produzidos nos encontros semanais da disciplina “Artes Visuais”, buscou-se questionar os currículos com vistas a interrogálos sobre os discursos que produziram modos de subjetivação e ensinaram formas heteronormativas, comple-mentares e assimétricas de projeção das identidades sexuais fortemente atravessadas pelas expectativas em torno à(s) masculinidade(s) negra(s).
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Atualizado em 15/07/2017