Território Mitã Kuera

o cenário multiétnico do ser criança indígena

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p268-287

Palavras-chave:

infância indígena; educação escolar indígena; interculturalidade

Resumo

O território Mitã Kuera, território da criança indígena, foi afetado pelo cenário mundial vivenciado desde o início de 2020, tendo que adaptar-se as mudanças resultantes da pandemia por Covid-19. Nesse contexto, o objetivo central de investigação foi a caracterização do universo das crianças indígenas Guarani e Kaiowá, na Reserva Indígena de Dourados (RID) durante esse período, elencando as mudanças no modo de viver individual e familiar das crianças indígenas em situação de isolamento social. O desenvolvimento da pesquisa pautou-se em diferentes estratégias que se inserem na abordagem qualitativa, dentre elas, a revisão bibliográfica, a pesquisa etnográfica e a pesquisa de campo (nesse momento restrita a visitas in locu nas escolas indígenas municipais da Reserva Indígena de Dourados). Para o momento, a investigação traz contribuições no sentido de reafirmar que as crianças indígenas experienciam, vivenciam e transmitem suas culturas e também seus saberes entre si e com os adultos que convivem. Ao considerar o atual cenário, as crianças indígenas buscaram adaptar-se às condições de isolamento social, sem perder a essência do brincar e do ser criança. Quanto ao processo de educação escolar, as práticas educativas tradicionais constituem movimentos pedagógicos que vão se desenvolvendo ao longo das fases de crescimento das crianças indígenas e revelam saberes necessários para a formação da cultura e da identidade.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adrieli Caroline Marques Lopes, Rede Municipal de Educação Básica de Dourados

Professora da Rede Municipal de Educação Básica de Dourados.Participa do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação, Relações étnico-raciais e Formação de professores-GEPRAFE - Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva.

Cássio Knapp, Universidade Federal da Grande Dourados

Mestre e Doutor em História. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e Interculturalidade (PPGET) e do Curso de Graduação em Licenciatura Intercultural Indígena (Teko Arandu)

Andréia Sangalli, Universidade Federal da Grande Dourados

Mestre e Doutora em Agronomia - Produção Vegetal. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Interculturalidade (PPGET) e do Curso de Graduação em Educação do Campo (LEDUC).

Referências

ANJOS, Cleriston Izidro dos; FRANCISCO, Deise Juliana. Educação Infantil e Tecnologias Digitais: reflexões em tempos de pandemia. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 23, n. Especial, p. 125-146, jan./jan., 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2021.e7900.7 Acesso em: 18 nov. 2020.
AQUINO, Elda Vasques. Educação escolar indígena e os processos próprios de aprendizagens: espaços de inter-relação de conhecimentos na infância Guarani/Kaiowá, antes da escola, na comunidade indígena de Amambai, Amambai – MS. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2012. Disponível em:https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/10911-elda-vasques-aquino.pdf. Acesso em: 18 nov. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
BHABHA, H. K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2010 (5ª impressão).
BRAND, Antonio. Educação Escolar e Sustentabilidade Indígena: Possibilidades e Desafios. Ciencia e Cultura, v.60, n.4, 2008. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252008000400012. Acesso em: 18 nov. 2020.
BRASIL. Diretrizes para a Política Nacional de Educação Escolar / Elaborado pelo comitê de Educação Escolar Indígena. – 2ª ed. Brasília: MEC/ SEF/DPEF, 1994. 24 p. (Cadernos de Educação Básica. Série Institucional; 2). Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/F3D00026.pdf. Acesso em: 20 out 2021.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto Nº 6.861, de 27 de Maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena, define sua organização em territórios etnoeducacionais, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6861.htm
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CEB nº 13/2012, aprovado em 10 de maio de 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=10806-pceb013-12-pdf&category_slug=maio-2012-pdf&Itemid=30192
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Resolução Nº 5, de 22 de junho de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11074-rceb005-12-pdf&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CP nº 6/2014, aprovado em 2 de abril de 2014. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15619-pcp006-14&category_slug=maio-2014-pdf&Itemid=30192
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. CONSELHO PLENO. Resolução CNE/CP nº 1, de 7 de janeiro de 2015. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16870-res-cne-cp-001-07012015&category_slug=janeiro-2015-pdf&Itemid=30192
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CEB nº 14/2015, aprovado em 11 de novembro de 2015. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=27591-pareceres-da-camara-de-educacao-basica-14-2015-pdf&category_slug=novembro-2015-pdf&Itemid=30192
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei No 9.836, de 23 de setembro de 1999. Acrescenta dispositivos à Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, que "dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências", instituindo o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9836.htm. Acesso em: 09 out. 2020.
BRASIL. Decreto nº 56 de 26 de janeiro de 2021. Estabelece medidas para autorização de aulas presenciais nos Estabelecimentos Privados de Educação Infantil, Berçário e Hotelzinho, Creches e similares; de Ensino fundamental, Médio e Superior, bem como da Rede Municipal de Ensino, no Município de Dourados. Dourados, MS, 26 jan. 2021, 16 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 09 out. 2021.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. Os involuntários da pátria. São Paulo: 2017.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Entrando nos territórios do Território. In Campesinato e Território em disputas. Paulino, Eliane Tomiasi & Fabrini, João Edmilson (Org.) São Paulo: Expressão Popular, 2008.
GALLOIS, D. T. Patrimônio Cultural Imaterial e Povos Indígenas. São Paulo, IEPÉ, 2006.
GOMES, João Carlos; NASCIMENTO, Adir Casaro. A pedagogia cultural da infância indígena Guarani e Kaiowá. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 26, n. 62/1, p. 335-354, 2017. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/4998. Acesso em: 23 out. 2021.
GUTIERREZ, José Paulo. A circularidade das crianças Kaiowá na Aldeia Laranjeira Ñanderu, Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul. Tese (doutorado em educação) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2016. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/22853-jose-paulo-gutierrez-compressed.pdf. Acesso em: 20 nov. 2020.
JOÃO, Izaque. Jakaira Reko Nheypyru Marangatu Mborahéi. Dourados: UFGD, 2011. Disponível em: https://www.ppghufgd.com/wp-content/uploads/2017/06/Izaque-Jo%C3%A3o.pdf. Acesso em: 20 nov. 2020.
KNAPP, Cássio. Educação Escolar Indígena: e ensino bilíngue e os Guarani e Kaiowá. Editora CRV, Curitiba, 2020.
KRAMER. Sônia. A infância e sua singularidade. In: Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Orgs. Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. p.13-24. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf. Acesso em: 09 out. 2021
LESCANO, Claudemiro Pereira Tavyterã Reko Rokyta: os pilares da educação Guarani Kaiowá nos processos próprios de ensino e aprendizagem.2016. 108 f. Dissertação (mestrado em educação) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2016. Disponível em: https://silo.tips/download/claudemiro-pereira-lescano-tavytera-reko-rokyta-os-pilares-da-educaao-guarani-ka. Acesso em: Acesso em: 23 out. 2021.
MACHADO, Micheli Alves. Educação Infantil: criança Guarani e Kaiowá da Reserva Indígena de Dourados. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados. Dourados: UFGD, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1346. Acesso em: 20 nov. 2020.
MARTINS, Daniel Valério. Conceitos de Contatos Culturais e de Intervenção Social queIncidem na Sociedade Latinoamericana do Século XXI: Intra, Multi, Inter, Trans e Sobreculturalidade. Pluri. Numero Zero: Percursos, v.1, São Paulo, n.1, p.55-66, jul./dez. 2018. Disponível em: http://repositorio.cruzeirodosulvirtual.com.br/index.php/pluri/article/download/33/52/.Acesso em: 20 nov. 2020.
MORAIS, Clotildes Martins. Crianças kaiowá e guarani em uma escola urbana da cidade de Dourados/MS [recurso eletrônico]. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Universidade Federal da Grande Dourados, 2020, 135p. Disponível em: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4128. Acesso em: 09 out. 2021.
MOTA, Juliana Grasiéli Bueno. 2011. Territórios e Territorialidades Guarani e Kaiowa: Da territorialização precária na Reserva Indígena de Dourados à multiterritorialidade.
Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal da Grande Dourados. Disponível em: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/375 Acesso em: 14 abr. 2022.
NOAL, Mirian Lange. As crianças Guarani/Kaiowa: o mita reko na Aldeia Pirakuá. Campinas, SP: 2006.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, 2020. Acesso em: 09 out. 2021.
SEFFNER, Fernando. A escolarização pública e o imprevisto mais do que previsto. Revista Interdisciplinar em Educação e Territorialidade – RIET, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 38–63, 2021. DOI: 10.30612/riet.v2i2.14475. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/riet/article/view/14475. Acesso em: 11 fev. 2022.
UNESCO. DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL. 2002. 7P. Disponível em: https://www.oas.org/dil/port/2001%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20sobre%20a%20Diversidade%20Cultural%20da%20UNESCO.pdf. Acesso em: 09 out. 2021.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-08-16

Como Citar

LOPES, A. C. M.; KNAPP, C.; SANGALLI, A. Território Mitã Kuera: o cenário multiétnico do ser criança indígena. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 31, n. 67, p. 268–287, 2022. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p268-287. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/14416. Acesso em: 14 nov. 2024.