“É Complicado, Eles São Muito Fechados”

docência e cultura indígena na escola urbana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p113-126

Palavras-chave:

Corpo Docente. Cultura. Cultura Indígena

Resumo

O presente artigo descreve as percepções de docentes a respeito da cultura indígena e seu ingresso em uma escola pública urbana amazônica com abordagem para as identidades e diferenças culturais desses povos originários. A pesquisa dialoga com autores/as do campo teórico dos Estudos Culturais e sua articulação com a educação (HALL, 1997; SKLIAR, 2003, CANDAU, 2014, 2012, FLEURI, 2003). A experiência de pesquisa se constituiu a partir do pressuposto da Bricolagem (NEIRA; LIPPI, 2012; KINCHELOE; BERRY, 2007), articulando entrevistas semiestruturadas, grupos de discussão on-line através de ferramentas digitais, além de análise documental. Após a realização das diferentes estratégias para produção de dados, evidencia-se a partir das narrativas e discursos que os/as professores/as, representam a cultura e identidade dos povos indígenas numa visão construída historicamente por meio do discurso colonial eurocêntrico que busca sua invisibilidade e/ou marginalização na sociedade.  

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Biografia do Autor

Genivaldo Frois Scaramuzza, Universidade Federal de Rondônia

Doutor em educação pela Universidade Católica Dom Bosco - UCDB. Professor do Programa de Pós-Graduação no Mestrado e Doutorado Profisisonal em Educação Escolar - UNIR

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Arquivos adicionais

Publicado

2022-08-16

Como Citar

SILVA, N. C.; SCARAMUZZA, G. F. “É Complicado, Eles São Muito Fechados” : docência e cultura indígena na escola urbana. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 31, n. 67, p. 113–126, 2022. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p113-126. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/13522. Acesso em: 17 nov. 2024.