"PAU QUE NASCE TORTO NUNCA SE ENDIREITA?" UMA PROBLEMATIZAÇÃO A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

Autores

  • Aldenor Batista da Silva Junior Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  • Sonia da Cunha Urt

Resumo

Em ambientes sociais, os sujeitos experimentam coalizões que colocam em prova o desafio da diversidade e a compreensão do outro. É ígneo em nossas práticas sociais a necessidade do uso da força e nas variadas vicissitudes em que se apresenta, pode-se chegar naquilo que chamamos de violência. Sendo a violência que chega até a escola, pouco conhecida e enfrentada, torna-se desencadeante de problemas relacionais e perturbadora do desenvolvimento da aprendizagem. Desse modo, percebemos cada vez mais a necessidade de compreender a sua originalidade e as formas como esta é compreendida. O presente estudo inicia-se como título ‘Pau que Nasce Torto nunca se endireita?’, dado este nome, compreendemos que para entender a sociedade devemos dar atenção aos provérbios presentes dentro de um determinado contexto cultural, pois estes, também carregam ideias, argumentos, dialoga e relaciona-se com perspectivas teóricas e leituras da realidade social. Este trabalho é fruto do levantamento de produções, leituras e discussões realizadas no grupo de estudos em Educação e Psicologia (GEPPE) em Mato Grosso do Sul-Brasil durante a pesquisa intitulada “Violência e Preconceito na Escola”, com financiamento do MEC. O estudo direcionou-se em torno da Psicologia Histórico cultural de Vigotsky e seus interlocutores baseada materialismo histórico dialético como eixo para a análise da constituição do sujeito, a violência que acontece na sociedade e consequentemente na escola. Acredita-se que essa base teórica contribui para o estudo da estrutura econômica e social que geram as condições para a violência na sociedade e, por consequência, na escola, enquanto instituição social. Entende-se que a violência não se passa por via biológica, muito menos, descolada dos contextos sociais e históricos que a produz. Na escola, viralizou-se uma perspectiva idealizada de que as soluções estariam centradas nas particularidades, distanciando-se das universalidades e da objetividade. Neste trabalho, foi possível observar a articulação entre a lógica dos entendimentos que se tem a cerca da violência e a implicação destes, observando por meio dos estudos levantados, o quanto que as condições objetivas presentes são percebidas de forma segmentada, influenciando na atuação do psicólogo e dos outros educadores frente aos casos escolares de violência.

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Biografia do Autor

Aldenor Batista da Silva Junior, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Doutorando em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) - (bolsista Capes). Graduado
em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Cursando Pedagogia pela Universidade Católica
Dom Bosco. Pesquisador nas áreas de Psicologia, Educação, Trabalho e Prática docente, membro do Grupo de
Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação/GEPPE do Programa de Pós Graduação em Psicologia e Educação
da UFMS. Atuação, como colaborador, no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação, Trabalho e Bem-Estar
Docente/GEBEM (Cnpq) de maio/2013 à julho/2015 desenvolvido na UCDB. Teve formação complementada pelo
programa de bolsas iberoamericanas do Santander em 2015 na Pontifícia Universidad Católica de Chile, Santiago
- Chile, desenvolvendo trabalhos em saúde intercultural. Possui experiências com as temáticas: Diagnóstico e
Desenho de intervenções em Comunidades, principalmente educativas, Formação e Bem-estar de professores,
Enfrentamento da violência na Escola, atendimento clínico em psicologia e Formação do Psicólogo. Atualmente é
membro da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), núcleo regional do Mato Grosso do Sul e
membro da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). 

Sonia da Cunha Urt

É graduada em Psicologia, Pedagogia e Administração de Empresas. Pós-Doutorado pela Unicamp e pela Universidad de Alcalá de Henares - Espanha e Universidade de Lisboa - Portugal. Doutora em Educação com ênfase em Psicologia Educacional pela Universidade Estadual de Campinas (1992). Mestre em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989). Professora Titular Aposentada da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Professora Pesquisadora Sênior dos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Diretora da ABEP - Associação Brasileira de Ensino de Psicologia em Mato Grosso do Sul e Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Psicologia - GEPPE/UFMS. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na interface Psicologia e Educação, atuando em ensino, extensão e pesquisa, principalmente com os seguintes temas: Identidade, Aprendizagem, Constituição do Sujeito em Espaços Educativos. Estudos sobre Memória - Personagens/Biografias e Autobiografias na Educação e Psicologia no âmbito regional e nacional. Psicologia e Educação: Contornos e Possibilidades sob o Enfoque das Políticas Públicas/Aporte da Psicologia Histórico-Cultural. Práticas educativas e formativas ( Foco nas questões da violência na escola/ adoecimento psíquico/ práticas de enfrentamento/ suporte do conhecimento psicológico na escola? análises de projetos de formação de professores)

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Publicado

2020-04-13

Como Citar

JUNIOR, A. B. da S.; URT, S. da C. "PAU QUE NASCE TORTO NUNCA SE ENDIREITA?" UMA PROBLEMATIZAÇÃO A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR. Revista Encantar, [S. l.], v. 2, p. 01–13, 2020. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/view/8306. Acesso em: 19 nov. 2024.