A MULHER NA CIDADE - UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO SOB A PERSPECTIVA DO MOVIMENTO DE MULHERES NA CIDADE DE SALVADOR

Autores

  • Júlia Garcia de Souza da Silva

Resumo

Este artigo tem por objetivo construir um caminho metodológico para a análise do Espaço Urbano a partir da articulação da ciência geográfica e da epistemologia feminista socialista, buscando o nó que imbrica as relações sociais de sexo, raça/etnia e classe com o espaço geográfico. Visa-se aqui enfatizar a abordagem sobre a dimensão espacial nas relações sociais de sexo, bem como as relações sociais de sexo, raça/etnia e classe com a produção do espaço urbano. As metodologias feministas, no plural, são o resultado de um processo histórico de contestação à ciência positivista e   utilizada para construir um conhecimento que tenha por finalidade a transformação social. Para a realização desse texto, foi feita uma revisão bibliográfica enfocando as metodologias de análise do Feminismo Materialista e da metodologia perspectivista, a fim de iniciar a compreensão de como a pesquisa feminista contribui para analisar as formas que as relações sociais de sexo se expressam na produção e reprodução do espaço urbano. A centralidade dessa análise é a compreensão do olhar do movimento feminista para as cidades, com ênfase à cidade de Salvador. Parte-se aqui, da análise do espaço geográfico como um espaço de reprodução das relações do sistema capitalista-patriarcal-racista e suas contradições. Busca-se compreender como se dá a perpetuação das relações sociais de sexo a partir do uso e ocupação do solo e como a metodologia feminista serve à ciência geográfica, e vice-versa, para que a produção e a reprodução do espaço seja compreendida à sua totalidade.

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Publicado

2020-02-26

Como Citar

DA SILVA, J. G. de S. A MULHER NA CIDADE - UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO SOB A PERSPECTIVA DO MOVIMENTO DE MULHERES NA CIDADE DE SALVADOR. Revista Encantar, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 44–60, 2020. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/view/8083. Acesso em: 20 abr. 2024.