ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO DO CAMPO

: INTERLACES COM A PRÁTICA CAMPESINA NA REGIÃO SISALEIRA

Abstract

A Etnomatemática perpassa diretamente o cotidiano do ser humano, de maneira eficaz, nas diversas culturas, demonstrando as peculiaridades próprias de cada uma. O presente ensaio tem como objetivo fazer uma breve reflexão acerca da produção e transmissão do conhecimento campesino, na tentativa de demonstrar como saberes se interlaçam ao saber científico, dinamizando o contexto escolar. Para a construção deste trabalho, seguimos na perspectiva da Etnomatemática, de caráter metodológica, a qual considera o conhecimento adquirido pelo estudante a partir das vivências e experiências, em relação com a sociedade, sobretudo no que refere aos quesitos culturais e econômicos, considerando a Educação do Campo intermediária dos saberes e fazeres do campo e as especificidades das pessoas que convivem e agem nesse espaço. Para tanto, a metodologia empregada consistiu no caráter qualitativo, por meio de discussões e análises coletivas em sala de aula, produções de textos, bem como a nossa visita  ao espaço da Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), que permitiram observar e analisar a presença dos saberes matemáticos nas práticas agrícolas, e que são pertinentes às medidas agrárias de superfície, extensão do terreno, através das quais pode-se perceber o método e as estimativas empregadas nas comparações ou verificações feitas pelo agricultor e organizá-los relacionado ao conhecimento formal e científico presente no currículo de Matemática. Nos espaços de formação e, sobretudo nas instituições educacionais, nas escolas e nos Institutos Federais (IF’s), há um esforço dos profissionais, em tentar dialogar de forma prática os saberes oriundos dos segmentos sociais minoritários, dos agricultores. Sendo assim, esses saberes são aplicados como prática pedagógica no cotidiano escolar.