Ludicidade e Educação Matemática nos jogos africanos: um olhar para os valores civilizatórios afro-brasileiros

a look at Afro-Brazilian Civilizing Values

Autores/as

Palabras clave:

Educação Matemática. Ludicidade. Mancala. Valores Civilizatórios Afro-brasileiros.

Resumen

Neste trabalho de cunho teórico, que é parte de uma pesquisa maior em desenvolvimento, objetivamos tecer algumas reflexões sobre a ludicidade enquanto valor civilizatório afro-brasileiro e como esse aspecto se coaduna nas pesquisas sobre o uso de jogos africanos na Educação Matemática, sobretudo os da família Mancala. Nesse sentido, o presente trabalho é de natureza bibliográfica e utilizamos da pesquisa qualitativa para estabelecermos nossas análises com vistas a atingirmos o objetivo. Partimos da necessidade de implementação da lei 10.639/2003 na Educação Matemática, tal lei obriga o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. Nessa esteira, notamos por meio da literatura de pesquisa que a proposta de efetivação da lei através da utilização de jogos africanos no ensino de matemática é uma tendência, sobretudo os da família Mancala. Entendemos que os jogos africanos se alinham na perspectiva da ludicidade enquanto valor civilizatório afro-brasileiro, tal qual definido por Trindade (2013); ou seja, notamos que, de fato, como as pesquisas da área vêm apontando, os jogos africanos têm um grande potencial para a educação em relações raciais na Educação Matemática, dado que as pesquisas indicam a obtenção de resultados satisfatórios no que diz respeito ao aprendizado de matemática por meio dos jogos da família Mancala e sobretudo a valorização da cultura e história africana e afro-brasileira.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Washington Santos dos Reis, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Licenciando em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bolsista de Iniciação Científica do PIBIC-UFRJ e membro dos grupos de pesquisa Laboratório de Práticas Matemáticas do Ensino (LaPraME) e Matematiqueer - Estudos de Gênero e Sexualidades em Educação Matemática.

Citas

BORGES, José Salviano; PAIVA, Jéssica Rodrigues de; SILVA, Élida Alves da. Jogos Mancala - Uma ferramenta no Ensino de Matemática. Anais do II Simpósio de matemática e Matemática Industrial – SIMMI’2010, Vol. 1, 2175-7828. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/631/o/anais_simmi_2010.pdf>. Acesso em 10 jun. 2021.

BRANDÃO, Ana Paula. Modos de interagir. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006.

BRASIL. Presidência da República. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação. SECAD; SEPPIR, jun. 2004.

BRASIL. Presidência da República. Lei 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 mar. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.

CORREIA, N. D. S.; SANTOS, V. O. A cultura afro-brasileira em trabalhos de etnomatemática: uma revisão sistemática de pesquisas acadêmicas nacionais. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 655-682, 2021.

D'AMBRIOSIO, U. Etnomatemática - elo entre as tradições e a modernidade. 6. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.

DIAS, Letícia Pires. A construção do conhecimento em crianças com dificuldades em matemática utilizando o jogo de regras Mancala. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, p. 176. 2009.

GRANDO, Regina Celia. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, p. 239. 2000.

GRANDO, Regina Celia. O jogo e suas possibilidades metodológicas no Processo Ensino Aprendizagem da Matemática. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, p. 194. 1995.

PEREIRA, R. P. O jogo africano mancala e o ensino de matemática em face da lei nº 10.639/03. Dissertação (Mestrado em Educação Brasileira) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 156. 2013.

REIS, Washington Santos dos. Cidadania e Educação Matemática: a lei 10.639/2003 em debate. Revista África e Africanidades, vol. 14, no. 38, p. 51-65, 2021.

SANTOS, Celso José dos. Jogos africanos e a educação matemática: semeando com a família mancala. Universidade Estadual do Paraná, Maringá, 2008.

SECRETARIA de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A cor da cultura, 2013. O projeto. Disponível em: <http://www.acordacultura.org.br/oprojeto>. Acesso em: 10, jun. 2021.

TRINDADE, Azoilda Loretto da. Valores civilizatórias afro-brasileiros na educação infantil In: TRINDADE, Azoilda Loretto da. (Org.) Africanidades brasileiras e educação: Salto para o Futuro. Rio de Janeiro: ACERP, 2013. p. 131-136.

VARGAS, Jackson Luís Santos de.; LARA, Isabel Cristina Machado de. A Cultura Afro-Brasileira sob o Enfoque da Etnomatemática: Um Mapeamento Teórico Sobre os Estudos Brasileiros. Abakós, v. 3, n. 2, p. 70-82, mai. 2015.

VASCONCELOS, Francisco Antonio de. FILOSOFIA UBUNTU. Logeion: Filosofia da Informação, v. 3, n. 2, p. 100–112, 2017.

Publicado

2021-08-29

Cómo citar

Reis, W. S. dos. (2021). Ludicidade e Educação Matemática nos jogos africanos: um olhar para os valores civilizatórios afro-brasileiros: a look at Afro-Brazilian Civilizing Values. Encontro De Ludicidade E Educação Matemática, 3(1), e202124. Recuperado a partir de https://revistas.uneb.br/index.php/elem/article/view/12062