Julho das Pretas
Emancipação e Justiça Social pelo movimento de mulheres negras em Goiás
DOI :
https://doi.org/10.52579/diapi.vol5.i1.a19637Mots-clés :
Tereza de Benguela, Feminismo Negro, Justiça social, Direitos Humanos das MulheresRésumé
O Julho das Pretas, em Goiás, é um movimento social, protagonizado por mulheres negras em busca de direitos humanos e justiça social. As ações coletivas dessas mulheres, fundamentam-se na resistência, na resiliência e na busca pela emancipação econômica, alicerçadas nas escrevivências, nas teorias e práticas do feminismo negro. O intuito do movimento de mulheres negras é ocupar espaços de poder e saber, além de romper as estruturas racistas, sexistas e machistas arraigadas na sociedade como “fruto” do processo histórico. O objetivo deste estudo foi o de contextualizar a importância e o protagonismo da Lei n.º 12.987 de 02 de junho de 2014, que estabelece o dia 25 de julho como o “Dia de Tereza de Benguela e das mulheres negras no Brasil”. O texto procura também, destacar o feminismo negro dentro do movimento feminista e a organização do movimento de mulheres negras em Goiás. A metodologia utilizada apoiou-se na pesquisa bibliográfica e revisional de autoras negras, como: bell hooks (2015), Lélia Gonzalez (1984, 2018, 2020), Luíza Bairros (1995), Luciana Dias (2019, 2012), Nilma Lino (2022), Patrícia Hill Collins (2016), Sueli Carneiro (2003); e ainda, fez-se um diálgodo com informações disponibilizadas por órgãos e instituições credenciadas, tais como, ONU Mulheres e Odara Instituto da Mulher Negra. Como resultados, avaliou-se que o Julho das Pretas é um movimento emancipatório que visa dar vazão à profundidade das pautas insurgidas nas dororidades e interseccionalidades que atravessam as mulheres negras nesta árdua busca por direitos e um tratamento equitativo.
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