Da cristandade à civilização do amor
DOI:
https://doi.org/10.52579/diapi.vol4.i.a19451Palabras clave:
Cristandade, Civilização do amor, Alteridade, AltruísmoResumen
Vivemos em uma cultura profundamente individualista, hedonista e narcisista, que gera situações de injustiça e violência. Para fezer frente a essa cultura desumanizante, fala-se, hoje, em uma civilização do amor. Pergunta-se: que contribuição o cristianismo pode dar para essa civilização? No que lhe confere um caráter identitário, o cristianismo nasce fundado na prática do amor-alteridade e amor-altruísta, qualidades estas referidas a Jesus, que não só em tudo considerou o outro, mas foi capaz de morrer pelo outro. Porém, em sua trajetória pelos séculos, o cristianismo perde esse caráter original, tornando-se uma religião que, em grande parte de sua história, se afirma em termos absolutos e excludentes, sob o ideal da cristandade, chegando a nós, hoje, bem distinto daquela religião que ganha impulso em Pentecostes. Para se falar em civilização do amor, é preciso desconstruir toda uma mentalidade exclusivista, fechada ao diálogo, e retornar à ternura do cristianismo dos primeiros tempos, ao primeiro anúncio, apresentando não um Cristo multifacetado, dividido, mas expressão máxima do amor divino pela humanidade. É disso que trata este artigo, uma tomada de consciência de nosso passado histórico, para revermos a posição do cristianismo frente ao mundo de hoje, de forma a dar sua contribuição para a construção de uma civilização do amor, a única capaz de conferir sentido à vida das pessoas, que se encontram mergulhadas no mais profundo vazio existencial.
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