Fabulações da diáspora: análise de possíveis diálogos entre o romance “Os estandartes” (1995), de Aline França, e a HQ “Black Panther: who is the Black Panther?” (2014) do roteirista Reginald Hudlin e desenhista John Romita Jr
DOI:
https://doi.org/10.69969/revistababel.v6i1.2735Palavras-chave:
Literatura negra, Fabular, Diáspora, Utopia, Heróis negrosResumo
Por muito tempo a literatura brasileira esteve ligada as ideologias dominantes e privilegiadas. Desta forma, na sua maioria, as produções literárias brasileiras proliferaram estereótipos e mitos que contribuíram para reprodução da imagem negativa do negro e da sua cultura. No entanto, constituindo-se inversamente às ideologias europeias, a literatura negra surge como forma de (re) apresentar, (re) nomear, (re) posicionar e representar o mundo negro, a partir de um eu enunciador que fala não apenas do outro, mas também de si mesmo. A partir deste cenário, este artigo tem como objetivo analisar as fabulações da diáspora que revelam o desejo de construir outro mundo, operando por utopias, na medida em que centraliza o homem negro e a sua (s) cultura (s), lançando um olhar ao que está posto e ao que poderia ser. Portanto, toma como base o método comparatista para a elaboração de possíveis diálogos entre a HQ “Black Panther: who is the Black Panther?” (2014), dos autores Reginald Hudlin e John Romita Jr, e o romance “Os Estandartes” (1995), de Aline França. Ademais, tenta identificar possíveis utopias presentes na sociedade dos Fortiafri e no reino fictício de Wakanda, propondo uma reflexão acerca da reinvenção da(s) África(s) e da reparação histórica a todos os territórios e populações negras espoliadas pelo racismo e intolerância em todo o mundo.
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