Surdez e Filosofia: entre a coexistência e a simbiose na educação básica
Abstract
Partindo de uma análise sócio-histórica da Surdez, é traçado um paralelo entre esta e a Filosofia, enquanto componente curricular no ensino médio. Em seguida, investiga-se as demandas, dificuldades, possibilidades e questões que parecem permanentemente em aberto quanto ao ensino de filosofia, seus fundamentos, funções e efetividade da transposição enquanto recurso didático, de maneira especial, para estudantes surdos. Tem-se o bilinguismo enquanto referencial, todavia, coloca-se em xeque não só a possibilidade e os limites da tradução dos conceitos filosóficos (entre línguas de diferentes modalidades, a saber, orais e de sinais) como a eficiência do ensino de filosofia. Aponta-se, por fim que para o efetivo cumprimento do propósito político e social que lhe é designado, a filosofia, bem como toda a educação básica, deve assumir uma postura simbiótica para com a comunidade surda, de maneira a estender a tal grupo o ideal de autonomia que consta nos documentos oficiais.
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