Surdez e Filosofia: entre a coexistência e a simbiose na educação básica

Autores

  • Brennan Cavalcanti Maciel Modesto UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Resumo

Partindo de uma análise sócio-histórica da Surdez, é traçado um paralelo entre esta e a Filosofia, enquanto componente curricular no ensino médio. Em seguida, investiga-se as demandas, dificuldades, possibilidades e questões que parecem permanentemente em aberto quanto ao ensino de filosofia, seus fundamentos, funções e efetividade da transposição enquanto recurso didático, de maneira especial, para estudantes surdos. Tem-se o bilinguismo enquanto referencial, todavia, coloca-se em xeque não só a possibilidade e os limites da tradução dos conceitos filosóficos (entre línguas de diferentes modalidades, a saber, orais e de sinais) como a eficiência do ensino de filosofia. Aponta-se, por fim que para o efetivo cumprimento do propósito político e social que lhe é designado, a filosofia, bem como toda a educação básica, deve assumir uma postura simbiótica para com a comunidade surda, de maneira a estender a tal grupo o ideal de autonomia que consta nos documentos oficiais.

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Publicado

2020-09-13

Como Citar

MODESTO, B. C. M. Surdez e Filosofia: entre a coexistência e a simbiose na educação básica. Anãnsi: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 83–101, 2020. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/anansi/article/view/9083. Acesso em: 21 dez. 2024.