A infralinguaguem de Bruno Latour e o problema da comensurabilidade nos estudos interculturais

Autores

  • Mateus Rodrigues Santos Universidade de Brasilia

Resumo

Já não é mais possível ignorar o relativismo cultural, o reconhecimento crescente de que toda cultura e seus paradigmas são relativos a determinadas condições. Ao mesmo tempo, do relativismo facilmente desabrocha a incomensurabilidade: em que cada cultura é completa e irrecuperavelmente diferente de todas as outras. Cada um com a sua verdade e por fim ficamos todos sem certeza alguma; "não há fatos, só interpretações". Estamos diante do desafio de levar a pluralidade epistemológica realmente a sério e ao mesmo tempo tornar essa pluralidade comensurável, isto é, restituir a objetividade. Para tanto, é preciso criar um instrumental capaz de fazer os paradigmas culturais se comunicarem de novo. Este trabalho pretende apresentar uma ferramenta que pode contribuir para a solução desse problema. Trata-se aqui de expor a infralinguagem tal como a concebe Bruno Latour, uma ferramenta de pesquisa que não possui outro sentido além de permitir o deslocamento de um quadro de referência a outro. Nossa tese é a de que infralinguagem - e sua branda metafísica de fundo - oferece uma maneira de manter (e enriquecer) a pluralidade cultural, sem necessariamente instaurar uma completa incomensurabilidade.

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Referências

BLOK, Anders; FARÍAS, Ignacio; ROBERTS, Celia (Ed.) The Routledge Companion to Actor-Network Theory. Routledge, 2020.

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Publicado

2020-12-30

Como Citar

SANTOS, M. R. A infralinguaguem de Bruno Latour e o problema da comensurabilidade nos estudos interculturais. Anãnsi: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 49–63, 2020. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/anansi/article/view/10377. Acesso em: 11 dez. 2024.