“Como se eu fosse um outro ou o fantasma entorpecido e ofegante de mim”
o eu plural do narrador de A Rainha Ginga, de José Eduardo Agualusa
Resumen
Propõe-se a leitura do escrivão narrador de A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo (2015), de José Eduardo Agualusa, com ênfase no processo de transformação do eu religioso ao eu panteísta, eu crítico, eu pai e eu herege que circundam a figura do Padre Francisco José da Santa Cruz. No romance, o jesuíta assume o posto de escrivão e conselheiro da poderosa soberana africana, assim que a parte inicial deste artigo lida com a questão do relato de viagem e a percepção de alteridade. Prezou-se também demonstrar a seleção de obras de cunho histórico por parte de Agualusa, bem como se enfatizou o fato de o autor se projetar na história, sobretudo porque, como o narrador, o escritor tem ligações ancestrais com o Brasil e a África. Em A Rainha Ginga o passado é reconstruído no hoje angolano.
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