ENTRE COLONIZAÇÃO E HETEROGENIA NO ESPAÇO IMPERIAL ORIENTAL PORTUGUÊS ENTRE SÉCULOS XVI E XVII
Abstract
Os primeiros dois séculos da colonização portuguesa tiveram um caráter que se tivesse prevalecido teria engendrado, segundo as evidências, um encontro inter-civilizacional menos conflituoso. Tal processo adviria da contínua mobilização de arcabouços societais dos grupos em contato em função de múltiplas referências, contrariamente ao que veio a acontecer durante a montagem dos sistemas coloniais na Segunda Modernidade Europeia em que, imperando um isomorfismo e um contexto discursivo ambivalente veio a propiciar a emergência de um conflito que perdura até a fase hodierna. Nesse prisma, a ideia central do artigo é de apresentar que, quando o móbil fosse tratar a natureza dos dois grupos em contato, o discurso dominante nesses primeiros dois séculos, quer no quadro das representações de populações nativas, quer no da integração / exclusão das envolturas societárias nativas dentro da sociedade colonial, dava um décalage pouco notável que, quando analisado no quadro temporal, propiciou a presença de realidades “conciliadoras”, concorrentes e recorrentes, expressando a universalidade e a transversalidade de práticas da espécie homo.
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