"Um defunto não escreve nada por acaso": a recepção do mash up Memórias Desmortas de Brás Cubas na plataforma Skoob

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v14i2.8628

Palavras-chave:

Recepção

Resumo

Este estudo tem por objetivo averiguar de que forma os leitores da rede social colaborativa Skoob, em ascensão no contexto de leitura brasileiro, concebem a proposta de apropriação textual efetivada pelo mash up literário Memórias Desmortas de Brás Cubas (2010), de Pedro Vieira, o qual deflagra o processo de releitura da obra clássica Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis. A pesquisa fundamenta-se na perspectiva da realçada figura do leitor na contemporaneidade, tendo como alicerce os pressupostos da Estética da Recepção, de Hans Robert Jauss (1982) e Karlheinz Stierle (1979). Esse aporte teórico subsidia a participação e criticidade da comunidade leitora em relação às obras que consome, perpassando por questões de valor estético, reconhecimento da figura do autor contemporâneo (apropriador) e aceitação da técnica de escrita apropriativa oriunda de um enredo canônico. Além dos teóricos supracitados, estudiosos como Roland Barthes (2004), Nicolas Bourriaud (2009), Antoine Compagnon (2003), Roger Chartier (2010), entre outros fundamentam este estudo.

   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rebeca Fabiana Ferreira da Silva Santos, Universidade do Estado da Bahia

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da Universidade do Estado da Bahia - UNEB.  

Oton Magno Santana dos Santos, UNEB

Professor Adjunto. Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens - PPGEL. Universidade do Estado da Bahia - UNEB.

Referências

ALMEIDA, A.N.S. O clássico resiste: releitura zumbi de Jane Austen e o incentivo à leitura. Revista Communitas, v.1, n. 2, jul./dez. 2017. Disponível emhttp://revistas.ufac.br/revista/index.php/COMMUNITAS/article/view/1239/pdf. Acesso em 28/05/2018.

BARTHES, Roland. A morte do autor. In: O rumor da língua. São Paulo: Martins Fontes, 2004. Disponível emhttp://www.artesplasticas.art.br/guignard/disciplinas/critica.../A_morte_do_autor_barthes.pdf.Acesso em 30/04/2018.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1968, p. 165-170.

BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

BURLAMAQUE, Fabiane Verardi; BARTH, Pedro Afonso. Redes sociais e o ensino: o Skoob como ferramenta para o letramento digital e literário. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente – SP, v. 26, n. 3, p. 53-73, set./dez. 2015. Disponível em . Acesso em 11/2019.

BUZATO, Marcelo El Khouri. Et. al. Remix, mashup, paródia e companhia: por uma taxonomia multidimensional da transtextualidade na cultura digital. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, vol.13, n.4, Oct/Dec, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1984-63982013000400011 . Acesso em 12/05/2018.

CASTRO, Fernanda Meneses de Miranda; SPINOLA, Carolina de Andrade. Metodologia de pesquisas na internet: breves considerações sobre uma pesquisa qualitativa em turismo nas redes sociais. Revista Iberoamericana de Turismo – RITUR, Penedo, vol. 5, n. 1, p. 170-188, 2015. Disponível em . Acesso em 10/2019.

CEIA, Carlos. E-Dicionário de termos literários. Disponível emhttp://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/pdf/at_distancia/braganca_1.2013/capanema_2010/1.2013%20capanema%202010%20literatura%20portuguesa%20contempornea-verbetes%20pastiche%20parodia-profa.%20alessandra%20conde.pdf. Acesso em 21/01/2020.

CHARTIER, Roger. Escutar os mortos com os olhos. In: Estudos Avançados; Revista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Trad. Jean Briant, São Paulo, 2010, v. 24, n. 69. pp. 7-30. Disponível em http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10510/12252. Acesso em 25/01/2020.

EAGLETON, Terry. O que é literatura? In: Teoria da literatura: uma introdução. Tradução: Waltensir Dutra. Martins Fontes, São Paulo, 2003.

JESUS, I.S.S. de; PEREIRA, V.C. Instância autoral morta-viva em Orgulho e Preconceito e Zumbis. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo. v. 11-n.1-p. 155-169-jan./jun. 2015. Disponível emhttp://seer.upf.br/index.php/rd/article/view/5035. Acesso em 27/05/2018.

KRAUSE, James Remington. Three contemporary brazilian parody mashup novels. In: Scripta Uniandrade, v. 15, n. 1, 2017, Disponível emhttps://uniandrade.br/revistauniandrade/index.php/ScriptaUniandrade/article/view/720. Acesso em 25/01/2020.

LIMA, Luiz Costa. A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

Livraria da Folha. Dom Casmurro e os discos voadores recria clássico sob perspectiva da ficção científica. Texto de Paula Dume, 2010. Disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/808436-dom-casmurro-e-os-discos-voadores-recria-classico-sob-perspectiva-da-ficcao-cientifica.shtml. Acesso em 01/06/2018.

MELLO, Marisa Schincariol de. Práticas de leitura na contemporaneidade: experiências em bibliotecas na cidade do Rio de Janeiro. In: Pragmatizes: Revista latinoamericana de estudos em cultura, ano 7, número 12, 2017.

OLIVEIRA, Sayonara Amaral de. Aos cuidados de Paulo Coelho.com: um estudo de recepção nos blogs do escritor. Salvador: EDUFBA, 2015.

REIS, Roberto. Cânon. In: Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. Disponível emhttps://social.stoa.usp.br/articles/0037/3007/C_NON_-_roberto_reis.pdf. Acesso em 01/05/2018.

Resenhas - Memórias Desmortas de Brás Cubas. Disponível em <https://www.skoob.com.br/livro/resenhas/123065/edicao:136581>. Acesso em 02/04/2020.

RODRIGUES, Sheila Darcy Antonio. Mash up brasileiro, a coleção Clássicos Fantásticos: a literatura como produto do mercado editorial. Universidade Presbiteriana Mackenzie: São Paulo, 2013. Disponível em http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/2181#preview-link0. Acesso em 01/05/2018.

SHUSTERMAN, Richard. Forma e funk: o desafio estético da arte popular. In: Vivendo a arte: o pensamento pragmatista e a estética popular. Tradução Gisela Domschke. São Paulo: ed. 34, 1998.

Skoob. Disponível em <https://www.skoob.com.br/>.

Skoob - Memórias Desmortas de Brás Cubas - Pedro Vieira. Disponível emhttps://www.skoob.com.br/memorias-desmortas-de-bras-cubas-123065ed136581.html. Acesso em 09/11/2019.

STIERLE, Karlheinz. Que significa a recepção de textos ficcionais? In: LIMA, L.C. A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

VIEIRA, Pedro. Entrevista concedida pela plataforma Gmail, setembro de 2019.

VIEIRA, Pedro. Memórias Desmortas de Brás Cubas. São Paulo: Tarja Editorial, 2010.

VILLA-FORTE, Leonardo. Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; Belo Horizonte, MG: Relicário, 2019.

ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi. Estética da recepção. In: Thomas Bonnici; Lucia Osana Zolin. (Org.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3ed. Maringá: EDUEM, 2009, v. 1, p. 189-200. Disponível emhttp://paginapessoal.utfpr.edu.br/cantarin/fundamentos-e-critica-da-literatura/seminarios-i/Estetica%20da%20Recepcao.pdf/at_download/file. Acesso em 26/07/2019.

ZILBERMAN, Regina. Recepção e leitura no horizonte da literatura. In: Alea: Estudos neolatinos, vol. 10. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2008000100006. Acesso em 25/01/2020.

Downloads

Publicado

2020-12-14

Como Citar

SANTOS, R. F. F. da S.; SANTOS, O. M. S. dos. "Um defunto não escreve nada por acaso": a recepção do mash up Memórias Desmortas de Brás Cubas na plataforma Skoob. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 214–228, 2020. DOI: 10.35499/tl.v14i2.8628. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/8628. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS